Bayer Leverkusen joga a toalha e já pensa na próxima temporada, sem Xabi Alonso

Há exatamente um ano, o Bayer Leverkusen vivia o momento mais especial desde a sua fundação em 1904 ao erguer a Meisterschale pela primeira vez, encerrando com a dinastia do Bayern de Munique no certame do futebol alemão.

A propósito, uma conquista que também ficou marcada na história da Bundesliga, tendo em vista que o Bayer Leverkusen — que no final da temporada ainda confirmaria a “dobradinha” ao vencer a DFB-Pokal — deu a inédita volta olímpica sem sofrer uma única derrota ao longo da caminhada rumo ao título alemão, se tornando o primeiro campeão invicto no país em todos os tempos.

Diante deste cenário, fica evidente porque o Bayer Leverkusen iniciou essa temporada sendo apontado como o principal favorito ao título da Bundesliga, uma vez que o Bayern de Munique começava um trabalho do zero após a saída de Thomas Tuchel e a chegada de Vincent Kompany ao comando técnico da equipe, à medida que os Werkself não somente garantiram a permanência do treinador Xabi Alonso, como também reforçaram a base do time campeão alemão com as contratações de Jeanuel Belocian, Aleix García e Martin Terrier.

Pois é, e todo o positivismo em relação a temporada do Bayer Leverkusen foi renovado já na partida de estreia com a excitante conquista da Supercopa da Alemanha sobre o Stuttgart, nas penalidades, depois do empate em 2 a 2 no tempo regulamentar com a tradicional essência dos comandados de Xabi Alonso. Em outras palavras, com o resultado obtido nos minutos finais da partida por intermédio de um gol, é claro, de Patrick Schick.

No entanto, por mais que a longa invencibilidade do Bayer Leverkusen na Bundesliga tenha chegado ao fim após 35 jogos devido a derrota por 3 a 2 para o RB Leipzig, ainda na 2ª rodada, a realidade é que a temporada dos atuais campeões alemães acabou pra valer mesmo a quatro jornadas do desfecho do campeonato, com o empate em 1 a 1 contra o recém-promovido e 14º colocado da tabela, St. Pauli.

Embora a matemática sinalize que existam chances mínimas do Bayer Leverkusen superar o Bayern de Munique na corrida pela Bundesliga, em razão da distância de 8 pontos entre ambos com outros 12 ainda em disputa na competição, o campo já mostrou claramente que a batalha dos Werkself pelo bicampeonato alemão terminou depois da queda nas oitavas-de-final da Champions League diante dos bávaros.

É notório que a eliminação no torneio continental abalou totalmente a confiança do Bayer Leverkusen que, antes da derrota por 3 a 0 no jogo de ida em Munique, havia goleado o Eintrach Frankfurt e, naquela oportunidade, sustentava uma longa de 22 partidas sem derrotas na Bundesliga, somando 14 vitórias e oito empates neste período.

Em contrapartida, tudo desmoronou após o primeiro revés do Bayer Leverkusen para o Bayern de Munique sob a liderança de Xabi Alonso, haja vista a derrota por 2 a 0 ante o Werder Bremen em plena BayArena logo no compromisso seguinte, aliada aos empates com Union Berlin (0x0) e St. Pauli (1×1) nas duas rodadas anteriores da Bundesliga, além da inesperada eliminação frente o Arminia Bielefeld, da segunda divisão alemã, nas semifinais da DFB-Pokal.

Assim, o Bayern Leverkusen não conseguiu diminuir a desvantagem de pontos em comparação ao Bayern de Munique nem mesmo com os recentes empates dos líderes da Bundesliga contra Union Berlin e Borussia Dortmund. Não à toa, o time que já havia soltado o grito de campeão neste estágio da edição passada do campeonato, praticamente cumprirá tabela nas quatro rodadas finais desta atual, que está longe de ser decepcionante em meio ao vice-título alemão e a conquista antecipada da vaga na Champions League.

Nosso desempenho não tem sido bom o suficiente nos últimos jogos. Infelizmente, não deu certo nesta temporada. Mas o segundo lugar também não é ruim. A temporada passada foi incrível. Esta temporada não foi como a anterior. 

Patrick Schick, atacante do Bayer Leverkusen

Portanto, com o presente definido é o futuro que mais preocupa o Bayer Leverkusen no momento, sobretudo porque os rumores envolvendo a possível ida de Xabi Alonso ao Real Madrid aumentaram no noticiário esportivo europeu. Soma-se a isso, a indefinição referente a continuidade de Florian Wirtz, cujo vínculo junto ao clube se encerra em 2027, o que significa que o meia alemão entrará no último ano de contrato a partir da próxima janela de transferências. Quer dizer, é a última oportunidade de não perdê-lo de graça.

Por sinal, de acordo com o jornal Bild, tanto o Bayern de Munique quanto o Manchester City seguem travando uma dura batalha nos bastidores pela contratação de Florian Wirtz. Além dele, o zagueiro Jonathan Tah afirmou que não renovará o atual contrato que expirará no final da temporada, algo que, é claro, repercute de forma negativa no próprio Bayer Leverkusen, tanto é, que o capitão Granit Xhaka já está reavaliando a sua situação por não demonstrar interesse em atuar numa equipe incapaz de competir por títulos.

Decerto, a total desmobilização por parte do Bayer Leverkusen resultou na acentuada queda de rendimento dos Werkself nos últimos jogos e, consequentemente, na precoce desistência na Bundesliga. Logo, para que o planejamento visando a próxima temporada não seja comprometido, o CEO do clube, Fernando Carro, agendou uma reunião com Xabi Alonso nesta semana para saber qual a real data da sua transferência ao Real Madrid, mesmo que a resposta possa ser decifrada pela sucessão de maus resultados dos espanhóis.

Isto posto, não restam dúvidas de que a histórica e bem-sucedida ‘era Xabi Alonso no Bayer Leverkusen’, que inclui três conquistas, uma dobradinha, uma Bundesliga invicta, uma final de Europa League, e o agora vice-título alemão, está a míseros quatro jogos do fim.

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