A precoce eliminação da Alemanha ainda na fase de grupos da Copa do Mundo de 2018, foi considerada uma dos maiores fiascos protagonizados pela Mannschaft ao longo da história. Com o intuito de apagar a péssima imagem deixada nos gramados russos, os comandados de Joachim Low tinham como principal objetivo, ser a primeira seleção a erguer a taça da Liga das Nações da UEFA. Entretanto, este sonho se transformou em um verdadeiro pesadelo aos tetracampeões mundiais.
Como não poderia deixar de ser, a Alemanha era apontada a principal favorita à avançar de fase na Liga das Nações da UEFA, mesmo dividindo o grupo com a atual campeã da Copa de 2018, França, além da poderosa Holanda. Isso porque estamos nos referindo a uma das seleções mais gloriosas do planeta, tetracampeã mundial, e que já revelou ao mundo grandes craques como Franz Beckenbauer, Sepp Maier, Karl-Heinz Rummenigge, Lothar Matthaus, Jurgen Klinsmann, Oliver Kahn, Michael Ballack, entre outros.
Por esta razão, muitos acreditavam que o vexame na Copa da Rússia seria apagado da memória dos alemães após a participação da seleção na Liga das Nações da UEFA. Todavia, a estreia da Mannschaft no torneio continental já demonstrava que a vida dos tetracampeões mundiais não seria fácil, visto que eles empataram sem gols com a França, em Munique, pela 1ª rodada da competição. Em seguida, a esquadrão de Joachim Low viajou até Amsterdam, e voltou de lá com um duríssimo revés para a Holanda na bagagem (3 x 0). Diante deste trágico cenário, fica evidente que a crise no selecionado da Alemanha não parava de aumentar.

No compromisso seguinte, a Alemanha sofreu uma nova derrota, desta vez em Paris, para a França, de virada, por 2 a 1. Desta maneira, os alemães entraram na última rodada da fase de grupos da Liga das Nações da UEFA na lanterna do grupo A da Primeira Divisão da Liga das Nações da UEFA somando apenas um ponto na tabela, e detalhe, com o rebaixamento para a Segunda Divisão do torneio já consumado.
Por incrível que pareça, no duelo frente os holandeses, a Alemanha conseguiu abrir uma vantagem de 2 a 0 em apenas 20 minutos disputados na partida, graças aos gols de Timo Werner (9) e Leroy Sané (20). Contudo, Quincy Promes diminuiu o placar a favor da Holanda aos 40 minutos da segunda etapa, enquanto o zagueiro Virgil van Dijk empatou o confronto nos acréscimos (2 x 2), deixando os torcedores presentes em Gelsenkirchen literalmente calados.

Assim terminou o tenebroso ano da Mannschaft, ela que começou 2018 defendendo o título da Copa de 2014. Na minha opinião, o grande responsável pelo fracasso da Alemanha foi o treinador Joachim Low, que não aceitou fazer o “serviço sujo” de reciclar a envelhecida seleção alemã, justamente porque alguns atletas estiveram com Low na conquista do tetracampeonato mundial no Brasil, sendo figuras preponderantes naquela ocasião. Ao contrário de Vicente Del Bosque, que pediu demissão da Espanha em 2016, por não querer aposentar alguns atletas da seleção, Joachim Low decidiu insistir nas convocações de Manuel Neuer e Thomas Muller, e no final das contas, todos afundaram juntos.
Outro erro cometido pelo treinador alemão, foi o de não ter tido a mínima preocupação em encontrar substitutos ideais para as posições ocupadas há anos por Philipp Lahm, Bastian Schweinsteiger, Lukas Podolski e Miroslav Klose. Por essas e outras, o processo de renovação da seleção da Alemanha continua sendo bastante lento e complicado, diferentemente da transição da geração anterior.
Agora, a meta de Joachim Low é montar uma equipe competitiva para vencer a Eurocopa 2020. Certamente qualquer técnico já teria sido demitido depois de realizar uma campanha tão desastrosa como essa da Alemanha em 2018, porém como o próprio presidente da DFB (Federação Alemã de Futebol), Reinhard Grindel, afirmou, Low não é qualquer treinador. Com contrato vigente até 2022, é improvável que a entidade troque de comandante até a Copa do Qatar, ao menos, que a participação da Mannschaft na Euro 2020 seja outra catástrofe.