Equador e Copa América, dois pólos que não se atraem

Situado no grupo C da Copa América, ao lado de Uruguai, Chile e Japão, a seleção do Equador desembarcou em Belo Horizonte na manhã desta terça-feira (11), com a esperança de conquistar o inédito título do torneio continental.

Apenas duas seleções jamais sentiram a emoção de erguer o caneco da Copa América ao longo da trajetória, me refiro aos selecionados de Venezuela e Equador. Logo, fica evidente que os equatorianos não têm a tradição de vencer títulos, lembrando que eles participaram 27 vezes do torneio sul-americano até hoje. Por esta razão, a missão da La Tri no Brasil não será nada fácil, sobretudo porque a equipe comandada por Hernán “Bolillo” Gómez vem passando por um processo de reformulação, depois de terem ficado de fora da última Copa do Mundo em 2018.

Ao analisarmos a campanha dos equatorianos nas Eliminatórias da Copa de 2018, notamos que a La Tri teve um desempenho realmente decepcionante. Para se ter uma ideia, o Equador encerrou a sua participação na competição somando míseros 20 pontos ganhos em 18 jogos realizados, permanecendo na antepenúltima (oitava) posição da tabela, à frente somente de Bolívia e Venezuela. Colecionando o total de 6 vitórias, 2 empates e dez derrotas, o Equador obteve apenas 37% de aproveitamento no torneio.

Desde que começou a disputar a Copa América, em 1939, o Equador só superou a fase de grupos da Copa América em três ocasiões na história do torneio.
Desde que começou a disputar a Copa América, em 1939, o Equador só superou a fase de grupos da competição em três ocasiões.

Em virtude da péssima performance nas Eliminatórias, a FEF (Federação Equatoriana de Futebol) decidiu recontratar o treinador Hernán Gómez, aquele mesmo que havia levado o Equador ao Mundial de 2002, na Coréia e no Japão. Vale ressaltar, que em seu último trabalho, o técnico de 63 anos de idade conseguiu a façanha de classificar o modesto Panamá, à Copa do Mundo de 2018. Desta maneira, compreendemos porque o retorno de Bolillo à La Tri encheu os torcedores equatorianos de esperanças em relação ao futuro da seleção.

Acontece, que nem mesmo o “salvador da pátria”, Hernán Gómez, está conseguindo dar jeito no Equador, tanto é, que a seleção não vence há exatos quatro compromissos, contabilizando duas derrotas e dois empates neste período. Desde que reassumiu a La Tri no início de 2018, Bolillo esteve à frente do selecionado equatoriano em dez oportunidades, acumulando 4 vitórias, 3 empates e três derrotas até aqui.

O 4-1-4-1 tem sido a formação utilizada pelo treinador Hernán Gómez na seleção do Equador.
Este é o provável time titular do Equador que enfrentará o Uruguai, domingo, no Mineirão.

Hernán Gómez aproveitou os amistosos disputados pelo Equador em Dallas, para realizar os últimos ajustes em sua equipe antes da estreia na Copa América. A grande mudança feita pelo treinador colombiano nestes jogos, foi em relação ao esquema tático, já que ele abriu mão do 4-2-3-1, optando pelo 4-1-4-1. Este foi o terceiro modo diferente da seleção equatoriana atuar desde a chegada de Bolillo ao comando técnico da La Tri, visto que o 4-4-2 também havia sido utilizado anteriormente.

Historicamente, os melhores desempenhos da La Tri na Copa América, foram os quartos lugares obtidos por ela nas edições de 1959 e 1993 da competição, justamente nas duas ocasiões em que o torneio foi disputado em seus domínios. Atuando fora de casa, o Equador nunca nem ao menos chegou nas semifinais do campeonato. Já na última vez que a Copa América teve o Brasil como país sede, em 1989, os equatorianos caíram precocemente na fase de grupos.

Embora o Equador esteja passando por um momento de transição, a espinha dorsal do time, composta por Máximo Banguera (goleiro), Gabriel Achilier (zagueiro), Enner Valencia (atacante), e pelo capitão Antonio Valencia (agora, meia-direita), dá o equilíbrio e a experiência necessária à seleção, fatores essenciais para o sucesso de qualquer equipe. O primeiro adversário dos equatorianos na Copa América, será o Uruguai. Em seguida, eles terão pela frente o Chile, atual bi-campeão sul-americano, ao passo que o último jogo da La Tri pela fase de grupos, será contra o Japão. Diante de todo este cenário, não restam dúvidas de que as chances dos pupilos de Hernán Gómez conquistarem a inédita taça continental, são praticamente nulas.

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