Vencer ou vencer, eis o dilema do México na Copa Ouro

No próximo sábado (15), teremos o início da 15ª edição da Copa Ouro, tradicional torneio que envolve selecionados da América do Norte e Central. E como não poderia deixar de ser, o México, principal membro da Concacaf, se apresenta mais uma vez como grande favorito ao título da competição.

O México desembarca nos Estados Unidos para a disputa da Copa Ouro 2019, como franco favorito à vencer o torneio. Situado no grupo A do campeonato, ao lado de Canadá, Martinica e Cuba, os mexicanos são os maiores vencedores da competição ao longo da trajetória, somando o montante de sete conquistas continentais até aqui, seguido de perto pela seleção norte-americana, que contabiliza seis canecos no currículo. Aliás, a edição anterior da Copa Ouro, realizada em 2017, também na terra do Tio Sam, terminou com os Yankees erguendo o troféu de campeão.

O fato do México ser a seleção mais vezes campeã da Copa Ouro, não ter vencido a última edição do torneio, e ter realizado uma grande campanha nas Eliminatórias de 2018, colocam uma enorme pressão sobre o selecionado comandado por Gerardo “Tata” Martino. Não à toa, tanto a mídia quanto os torcedores mexicanos, consideram uma obrigação, a Tri voltar dos Estados Unidos com o título da competição na bagagem. Aliás, vale ressaltar que os mexicanos são bastante exigentes, tanto é, que o ex-treinador Juan Carlos Osorio foi demitido pela FMF (Federação Mexicana de Futebol) por ter sido eliminado pelo Brasil nas oitavas de final do Mundial da Rússia, após ter vencido a poderosa Alemanha pelo placar mínimo, ainda na fase de grupos.

A última vez que o México venceu a Copa Ouro, foi em 2015, há quatro anos, quando a Tri ainda era comandada por Miguel Herrera.
A última vez que o México venceu a Copa Ouro, foi em 2015, época em que a Tri ainda era comandada pelo técnico Miguel Herrera.

Com a surpreendente saída de Juan Carlos Osorio, o nome escolhido pelo presidente da Federação Mexicana de Futebol, Yon de Luisa, para assumir o comando técnico da Tri, foi o do treinador argentino, Tata Martino, semifinalista da Copa Libertadores com o Newell’s Old Boys em 2013, e que teve passagens meramente razoáveis pelo Barcelona, entre os anos de 2013 e 2014, e posteriormente, pela seleção da Argentina, de 2014 a 2016, substituindo Alejandro Sabella, vice-campeão da Copa do Mundo de 2014.

No entanto, o trabalho mais recente de Tata Martino, à frente do Atlanta United, dos Estados Unidos, foi excelente, visto que a equipe da Geórgia consagrou-se campeã da Major League Soccer em 2018. Munido de toda esta vasta experiência, a FMF optou pela contratação do treinador argentino para comandar a Tri no início deste ano. Até o momento, o técnico de 56 anos de idade permanece com 100% de aproveitamento no comando da seleção mexicana, já que ele venceu todos os quatro compromissos disputados. Segue abaixo os jogos do México desde a vinda de Tata Martino:

  • 23/03/2019 (amistoso): México 3 x 1 Chile
  • 27/03/2019 (amistoso): México 4 x 2 Paraguai
  • 06/06/2019 (amistoso): México 3 x 1 Venezuela
  • 10/06/2019 (amistoso): México 3 x 2 Equador
Com dez gols marcados em 18 jogos disputados pela Copa Ouro, o volante e capitão da seleção mexicana, Andrés Guardado é o quinto maior artilheiro da história do torneio, oito tentos atrás do goledor máximo da competição, Landon Donovan (18 gols).
Com dez gols marcados em 18 jogos pela Copa Ouro, o volante e capitão da seleção mexicana, Andrés Guardado, é o quinto maior artilheiro da história do torneio, a apenas oito tentos do goleador máximo da competição, Landon Donovan (18 gols).

A chegada de Tata Martino causou uma certa euforia entre os torcedores mexicanos, e somente após o término da Copa Ouro saberemos se o treinador cairá ou não, nas graças do povo. Entretanto, ao contrário do que todos imaginavam, a Copa Ouro já começou de maneira embaraçosa para o técnico argentino, isso porque ele não poderá contar com o atacante Javier “Chicharito” Hernández, um dos grandes destaques da seleção, que não está presente na lista de 23 convocados em decorrência da data de nascimento de seu filho, que será justamente no período de realização do torneio da Concacaf.

E para piorar ainda mais a situação, os jogadores Miguel Layún, Marco Fabián e Hirving Lozano, também ficaram fora da lista por conta de suas respectivas lesões, à medida que os atletas Héctor Herrera e Carlos Vela, pediram para não serem convocados. Além deles, o nome de Jesus Corona é outro que não consta na relação de Tata Martino, todavia, o meia-atacante foi cortado devido a um entreveiro envolvendo ele e o próprio treinador. Deste modo, o México disputará a competição sem sete de suas principais peças.

Contudo, alguns atletas que tiveram a oportunidade de defender as cores da Tri no Mundial de 2018, foram convocados novamente por Tata Martino, dentre eles, o goleiro Guillermo Ochoa, os zagueiros Carlos Salcedo e Héctor Moreno, os meio-campistas Andrés Guardado e Jonathan Dos Santos, além do atacante Raúl Jiménez, a esperança de gols do México no torneio. A estreia dos mexicanos na Copa Ouro, será diante de Cuba, no próximo sábado (15). Em seguida, eles enfrentarão o Canadá (19), e por último, encerrarão a sua participação na primeira fase, contra a Martinica (23).

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