Craque dentro de campo, um desastre fora dele!

A sucessão de maus resultados fizeram com que a passagem do treinador Sylvinho durasse apenas 141 dias no Lyon, que por sua vez, anunciou oficialmente que Rudi Garcia, ex-Olympique Marseille, será o sucessor do técnico brasileiro na equipe francesa.

A tentativa do Lyon de começar a temporada 2019/20 com Sylvinho no comando do time foi um verdadeiro furo n’água da diretoria leonina, em especial de Juninho Pernambucano, atual diretor técnico do conjunto francês. Isso porque o ex-lateral do Barcelona jamais havia dirigido nenhuma equipe fora das quatro linhas, visto que os únicos trabalhos realizados por ele até aquele momento, tinham sido como auxiliar de Tite na Seleção Brasileira, e também como auxiliar na Inter de Milão. Logo, fica evidente que o novato treinador de 45 anos de idade não tinha bagagem suficiente para assumir um clube do tamanho do Lyon, considerado um dos principais candidatos ao título da Ligue 1 antes do início da o torneio.

Como não poderia deixar de ser, o trabalho de Sylvinho à frente dos Gones acabou sendo uma tragédia, tanto é, que nos 11 jogos em que o técnico brasileiro comandou o Lyon, a equipe colecionou três vitórias, quatro empates e quatro derrotas, obtendo míseros 39,3% de aproveitamento através deste pífio desempenho. Não á toa, os leoninos ocupam a 14ª posição na tabela da Ligue 1, somando 9 pontos em nove jogos (2 V – 3 E – 4 D), alcançando assim, o seu pior início na liga nos últimos 24 anos ao igualar a péssima campanha do time na edição 1995/96 do torneio, lembrando que naquela ocasião, o Lyon registrou os mesmos nove pontos nas nove primeiras rodadas, e no final das contas, terminou a competição na 11ª colocação.

O responsável por escolher Sylvinho para comandar o Lyon, foi o diretor do clube, Juninho Pernambucano. Deste modo, o eterno ídolo dos leoninos é o maior culpado pela péssima fase vivida pela equipe no momento.
O responsável por escolher Sylvinho para comandar o Lyon, foi o diretor técnico Juninho Pernambucano. Diante desta afirmação, fica claro que o eterno ídolo dos leoninos é o maior culpado pela péssima fase vivida pela equipe no momento.

No entanto, podemos afirmar que a passagem relâmpago de Sylvinho pelo Lyon durou mais do que o esperado, uma vez que o ex-auxiliar de Tite sobreviveu no cargo mesmo depois dos Gones terem passado por uma longa série de sete jogos consecutivos sem vitórias. Vale ressaltar, que neste período a equipe obteve quatro empates (Bordeaux, Amiens, Zenit e Brest), e três derrotas (Montpellier, PSG e Nantes). A partida que determinou a quebra desta infeliz marca foi o triunfo diante do RB Leipzig (2 x 0), pela 2ª rodada da fase de grupos da Champions League.

Outro dado interessante, é que o Lyon, de Sylvinho, chegou até a ocupar o topo da tabela da Ligue 1. Esta façanha ocorreu logo na 2ª rodada da competição, após a goleada dos Gones sobre o Angers por 6 a 0 no Parque Olímpico de Lyon. Obviamente, a vitória diante do Monaco por 3 a 0 em pleno Principado, na estreia da equipe pela competição, contribuiu para que os pupilos de Sylvinho curtissem pelo menos por um instante, a liderança do torneio. Entretanto, toda essa alegria durou pouco já que oito jogos depois, na derrota frente o rival Saint-Étienne pelo placar mínimo, o treinador brasileiro deu adeus ao clube francês.

Rudi Garcia, foi o nome escolhido para suceder Sylvinho no comando técnico do Lyon.
Rudi Garcia, foi o treinador escolhido para suceder Sylvinho no comando técnico do Lyon.

Buscando recuperar o tempo perdido, a diretoria do Lyon foi rapidamente ao mercado procurar um novo comandante, porém desta vez, optando por um profissional experiente. Na lista de pretendentes do presidente Jean-Michel Aulas, estavam José Mourinho, Laurent Blanc, Rudi Garcia, e Jorge Sampaoli. Todavia, o fato da recusa tanto por parte do português quanto por parte do argentino, aliada a altíssima pedida salarial de Blanc, levaram o mandatário do clube a escolher Garcia para assumir o comando técnico da equipe. Com contrato válido até 2021, o ex-treinador de Lille, Roma e Olympique Marseille, tem no currículo um título da Ligue 1 e outro da Copa da França, ambos conquistados em 2011, época em que ele dirigia o Lille.

Embora Rudi Garcia não tenha erguido nenhum caneco desde 2011, é óbvio que escolhê-lo foi uma decisão mais sensata, sobretudo porque o treinador francês tem experiência de sobra para comandar um clube do porte dos Gones. Através desta troca de treinadores, além do presidente Jean-Michel Aulas corrigir o gravíssimo erro cometido por Juninho Pernambucano ao trazer o compatriota Sylvinho, ele demonstrou que assumiu novamente as rédeas do Lyon, tirando a autonomia de Juninho, que apesar de ser o maior ídolo dos torcedores leoninos, como diretor mostrou-se um grande fiasco até aqui.

Deste modo, objetivo primordial de Rudi Garcia a partir de agora, é conduzir o seu novo time até a zona de classificação à Champions League. Aliás, a distância que separa os leoninos do Bordeaux, quarto colocado na tabela da Ligue 1, é de somente seis pontos, ou seja, uma meta completamente atingível, afinal, os Gones são donos do segundo elenco mais caro da liga francesa, atrás apenas do bilionário PSG. Além disso, a diretoria investiu a bagatela de 88 milhões de euros (R$ 403 milhões) para reforçar a equipe na última janela de transferências, portanto não restam dúvidas de que o Lyon tem totais condições e tempo suficiente, para se recuperar dos fortes estragos causados pelos inexperientes Sylvinho e Juninho Pernambucano.

 

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