Perdemos mas aprendemos!

O amistoso entre Colômbia e Argélia, que terminou com o triunfo dos africanos por 3 a 0, teve um sabor bastante amargo para os colombianos, em especial ao treinador Carlos Queiroz, que sofreu o seu maior revés desde que assumiu o comando dos Cafeteiros.

No dia 02 de fevereiro deste ano, o presidente da Federação Colombiana de Futebol, Ramón Jesurún, anunciou oficialmente que Carlos Queiroz seria o sucessor de José Pekerman no comando dos Cafeteiros. Esta notícia animou os torcedores colombianos, tudo em virtude do excelente trabalho realizado pelo treinador português à frente do Irã. Embora Queiroz não tenha conquistado nenhum título pelo selecionado iraniano, o seu trabalho chamou muito a atenção por uma série de aspectos, dentre os principais, a organização tática e a solidez defensiva da equipe. Não à toa, o Irã foi vazado apenas 62 vezes nos 93 jogos sob a direção do atual treinador da Colômbia, registrando assim, uma baixíssima média de 0,67 gols sofridos por partida.

Como não poderia deixar de ser, o bom trabalho de Carlos Queiroz na seleção do Irã, ganhou maior visibilidade durante a disputa da Copa do Mundo de 2018. Na ocasião, os iranianos estavam situados no indigesto grupo B do torneio, ao lado de Espanha, Portugal e Marrocos. Entretanto, os asiáticos só não avançaram às oitavas de final da competição devido aos critérios de desempate, visto que eles venceram os marroquinos por 1 a 0, empataram com espanhóis por 1 a 1, e perderam dos portugueses pelo placar mínimo. Deste modo, o Irã encerrou a sua participação no Mundial da Rússia com 4 pontos, um a menos que os dois europeus.

Carlos Queiroz comandou a seleção iraniana em 93 oportunidades, colecionando 56 vitórias, 24 empates e 13 derrotas, obtendo
Carlos Queiroz comandou a seleção iraniana em 93 oportunidades, colecionando 56 vitórias, 24 empates e 13 derrotas, obtendo 68,8% de aproveitamento através desta ótima performance.

Mesmo com o sucesso do Irã na Copa da Rússia em 2018, Carlos Queiroz manteve-se no comando da seleção iraniana, justamente para tentar erguer o caneco da Copa da Ásia 2019, que teve os Emirados Árabes como país sede. E mais uma vez, o técnico português surpreendeu ao conduzir os Príncipes da Pérsia até as semifinais do torneio continental, lembrando que eles caíram diante do vice-campeão, Japão, por 3 a 0.

As boas campanhas do Irã tanto pela Copa do Mundo quanto pela Copa da Ásia, fizeram com que Carlos Queiroz entrasse de vez no radar da Colômbia, sobretudo porque José Pekerman havia deixado o conjunto sul-americano poucos meses após o término do Mundial da Rússia. Vale ressaltar, que Pekerman dirigiu os Cafeteiros durante seis anos (2012 a 2018), portanto, o objetivo da Federação Colombiana de Futebol era fazer com que o seu sucessor desse sequência ao bom trabalho do técnico argentino, reconhecido no mundo da bola por ser um treinador extremamente tático.

O convite para comandar a seleção colombiana foi prontamente aceito por Carlos Queiroz, que ao assinar este novo vínculo válido até 2022, certamente deu um upgrade na carreira, já que a Febre Amarela é repleta de bons jogadores, como são os casos de James Rodríguez, Juan Cuadrado, Mateus Uribe, Wilmar Barrios, Falcão García, Davinson Sánchez, David Ospina, entre outros. Deste modo, o treinador português teria em mãos atletas mais qualificados tecnicamente, isto é, com potencial de sobra para assimilar e colocar em prática a sua filosofia de jogo.

Depois de comandar as seleções da África do Sul na Copa de 2002, Portugal na Copa de 2010, e o Irã nos Mundiais de 2014 e 2018, Carlos Queiroz terá a missão de conduzir a Colombia ao Catar, em 2022.
Após comandar as seleções de Portugal na Copa de 2010, e o Irã nas Copas de 2014 e 2018, Carlos Queiroz tem agora uma nova missão: conduzir a Colômbia ao Catar, em 2022.

Na Copa América, já foi possível notarmos uma grande evolução da Colômbia dentro de campo, tanto é, que os Cafeteiros foram eliminados do torneio sul-americano sem sofrerem um único gol nos quatro jogos disputados. Para se ter uma ideia, os colombianos venceram Argentina (2 x 0), Catar (1 x 0) e Paraguai (1 x 0), respectivamente, pela fase de grupos da competição. Em seguida, nas quartas de final, eles empataram sem gols com o Chile. Desta maneira, a partida teve de ser decidida nos pênaltis, aonde os chilenos ganharam por 5 a 4, em decorrência da última penalidade desperdiçada pelo lateral-esquerdo William Tesillo.

Posteriormente, no período pós Copa América, a Colômbia jogou quatro amistosos. Nos compromissos contra os vizinhos Brasil, Venezuela e Chile, os colombianos empataram em 2 a 2, com os brasileiros, e em 0 a 0, com venezuelanos e chilenos. No entanto, na partida diante da Argélia, realizada ontem (15) em solo francês, os Cafeteiros sofreram o seu maior revés na “era Carlos Queiroz”, ao saírem de campo derrotados por 3 a 0. Através deste resultado, percebe-se que alguns testes feitos pelo treinador português não surtiram o feito esperado na equipe. Assim, a Febre Amarela que estava invicta há exatos nove jogos, agora não vence há quatro.

A ausência de James Rodríguez foi muito sentida pelos colombianos, por isso é bom Carlos Queiroz arrumar uma maneira de jogar aonde o time não fique tão dependente de seu camisa 10. Atuando mais uma vez no 4-3-3, a Colômbia dominou as ações da partida, haja vista os 58% de posse de bola a favor dos Cafeteiros. Todavia, os atuais campeões africanos foram mais eficientes nas finalizações, pois dos quatro arremates concedidos por eles em gol durante os 90 minutos do jogo, três acertaram o alvo, ao passo que os sul-americanos desperdiçaram todas as suas quatro conclusões. O próximo compromisso da Colômbia será contra o Peru (dia 11), em Miami, ou seja, está aí uma ótima oportunidade para os comandados de Carlos Queiroz encerrarem positivamente o ano de 2019. Aguardemos!

 

 

 

 

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