Procura-se interessados

A grave crise econômica causada pela pandemia de coronavírus já está afetando o futebol, tanto é, que a Juventus não descarta a possibilidade de vender Cristiano Ronaldo para sobreviver diante do caos financeiro.

Não é surpresa para ninguém que a pandemia de coronavírus abalará completamente as estruturas da economia global, afinal, o planeta encontra-se parado, à mercê deste insolente vírus. E como não poderia deixar de ser, o futebol também vem sofrendo o impacto desta crise, uma vez que as principais fontes de renda dos clubes são as vendas dos direitos televisivos, o dinheiro proveniente de bilheterias e a publicidade, isto é, três elementos que necessitam da realização de jogos para gerar receitas. Aliás, a entrevista concedida pelo treinador Carlo Ancelotti ilustra perfeitamente que diversas mudanças ocorrerão no mundo da bola no período pós quarentena. Confira abaixo as palavras do técnico italiano:

Eu ouço sobre corte de salários, suspensão de pagamentos. Parecem soluções antiquadas e inoportunas. Logo a economia mudará, direitos de TV valerão menos, jogadores e técnicos ganharão menos, ingressos custarão menos porque as pessoas terão menos dinheiro. Vamos nos preparar para uma redução geral. Vamos todos precisar dar uma boa reduzida em nós mesmos, a começar com o futebol”. Carlo Ancelotti

Os jogadores da Juventus aceitaram reduzir os seus salários nos próximos meses devido ao coronavírus, o que representará uma economia de R$ 513 milhões ao time de Turim.
Os atletas da Juventus aceitaram reduzir os seus salários nos próximos quatro meses devido ao coronavírus, o que representará uma economia de R$ 512 milhões ao time de Turim.

Através da declaração de Carlo Ancelotti já é possível imaginar que os valores referentes a salários e compra de atletas diminuirão drasticamente no futebol. Outro detalhe importante que deve ser ressaltado, é que a crise não abalará apenas os clubes de pequeno e médio portes, muito pelo contrário, os grandes também sentirão os reflexos desta enorme recessão. Um exemplo disso é a Juventus, atual octacampeã italiana, que ao que tudo indica, passará por uma série de mudanças a partir do segundo semestre do ano.

Para quem não sabe, o mandatário da Juventus é o bilionário Andrea Agnelli, membro da família mais rica da Itália, que além do clube italiano também é dona da FIAT, da Ferrari, do The Economist e do La Stampa. Mesmo com toda a fortuna de 10 bilhões de dólares à disposição, o presidente da Juve vê a necessidade de reduzir os gastos pela metade para sobreviver à maior crise da história mundial, sobretudo porque a situação financeira dos bianconeros já era preocupante antes do coronavírus, especialmente em termos de salários – o time gasta 71% de suas receitas com a folha salarial.

As chegadas de Matthijs de Ligt, Adrien Rabiot e Aaron Ramsey, engordaram ainda mais a folha salarial da Juventus.
As chegadas de Matthijs de Ligt, Adrien Rabiot e Aaron Ramsey nesta temporada, engordaram ainda mais a folha salarial da Juventus.

Sem arrecadar e com as contas no vermelho, a única alternativa encontrada pelo presidente Andrea Agnelli para diminuir as despesas do clube, é negociar alguns atletas caros que não estão rendendo o esperado sob o comando de Maurizio Sarri. Deste modo, os jogadores que muito provavelmente deixarão a equipe na próxima janela de transferências são Daniele Rugani, Sami Khedira, Blaise Matuidi, Miralem Pjanic, Federico Bernardeschi, Douglas Costa, além do argentino Gonzalo Higuaín, que marcou oito míseros gols em 34 jogos na temporada. Se considerarmos somente as saídas de Pjanic, Douglas Costa e Higuaín, já teríamos uma bela redução de R$ 108,6 milhões na folha salarial.

Contudo, a notícia que mais chamou a atenção foi a de que Cristiano Ronaldo, o principal astro da equipe, também integra esta lista de atletas negociáveis. Segundo o portal Il Messaggero, a Juventus estaria disposta a vender o craque português caso receba uma proposta superior a 70 milhões de euros. O motivo da venda seria o alto salário de CR7, que recebe o montante de R$ 176,7 milhões líquidos por temporada (cerca de R$ 307,8 milhões brutos). No entanto, se o camisa 7 permanecer em Turim, a diretoria lhe oferecerá um novo vínculo contratual válido por mais um ano – até 2023 – mas com o salário bem mais baixo em comparação ao atual.

Vale ressaltar, que a Juventus ocupa a liderança do Calcio com 63 pontos, um à frente da vice-colocada, Lazio (62), colecionando o total de 20 vitórias, 3 empates e três derrotas em 26 jogos – 80,8% de aproveitamento. Como restam doze rodadas para o término da competição, é bastante improvável a hipótese da Vecchia Signora ser decretada eneacampeã pela Federação Italiana de Futebol (FIGC), apesar desta ser a vontade dos dirigentes bianconeros. Além desta possibilidade, o campeonato pode ser decidido via disputa de playoffs ou até mesmo não ter um vencedor nesta temporada, porém a decisão ainda não foi tomada pelos organizadores. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos!

1 Comentário

Deixar um comentário

Menu