Em busca de um novo treinador

Quem será o próximo treinador da Seleção Brasileira? Eis a pergunta que não quer calar desde a eliminação do Brasil na Copa. Entretanto, essa é uma complexa questão que está longe de ser respondida.

Com a queda diante da Croácia nas quartas-de-final do Mundial do Catar, o Brasil viu o sonho de conquistar o hexa ser adiado no mínimo para 2026. Pois é, e como o ciclo de Tite à frente da Seleção Brasileira chegou ao fim, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) antecipou as buscas por um novo treinador para sucedê-lo no cargo, acima de tudo porque as Eliminatórias Sul-Americanas terão início a partir do próximo mês de março.

Mas ao contrário dos últimos períodos pós Copas, a escolha do novo técnico do Brasil deixou de ser algo tão óbvio. Em 1998, por exemplo, ninguém contestava a ida de Vanderlei Luxemburgo para ocupar o posto de Mário Jorge Zagallo na Seleção Brasileira, a julgar pelas ótimas equipes montadas por ele na década de 90. Já em 2002, Luiz Felipe Scolari apareceu como a principal opção em virtude dos bons trabalhos realizados no Grêmio e, em especial, no Palmeiras.

Trazendo o assunto mais para a atualidade, a própria escolha por Tite para comandar a Seleção Brasileira foi praticamente unânime após a queda de Dunga em 2016, sobretudo em função de sua excelente passagem à frente do Corinthians, aonde ele foi duas vezes campeão brasileiro, e conduziu o conjunto alvinegro às conquistas da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes.

Contudo, o cenário é outro neste momento. Há exatamente um ano, Cuca ainda aparecia como o principal candidato para dirigir a seleção pentacampeã mundial depois do título brasileiro de 2021 à frente do Atlético Mineiro. Em contrapartida, as coisas mudaram após o seu pífio retorno ao Galo, marcado por problemas dentro e fora das quatro linhas.

Além disso, Dorival Júnior, recentemente campeão da Copa Libertadores pelo Flamengo, não arranca suspiros de ninguém, algo que também ocorre com Mano Menezes, Fernando Diniz, Rogério Ceni e Renato Portaluppi. Por este motivo, treinadores estrangeiros ganharam força na CBF, como são os casos de Abel Ferreira, Jorge Jesus, e até mesmo Pep Guardiola, Thomas Tuchel e, a bola da vez, Carlo Ancelotti, isto é, grandes estrelas do futebol europeu.

Todavia, apenas quem vive de ilusões acredita que Pep Guardiola, Thomas Tuchel ou Carlo Ancelotti dirigirão a Seleção Brasileira. Não, nem hoje, tampouco futuramente. Inclusive, não precisamos ir tão longe já que até a possível contratação de Abel Ferreira seria mais incerta do que garantida, afinal, alguém em sã consciência garante que o técnico português abriria mão do contrato que tem junto ao Palmeiras, aonde além de multi-campeão, ele é ídolo da torcida?

Com Jorge Jesus não é diferente, pois em que contexto o técnico do Fenerbahce, atual líder da liga turca, assumiria o time canarinho, melhor ou pior do que na época em que ele chegou no Flamengo? Logo, se trata de uma decisão difícil a ser tomada pela CBF porque embora não transpareça, são poucas as opções no mercado. Deste modo, independente de qual seja o nome escolhido, ele será contestado pela opinião pública e começará o trabalho bastante pressionado.

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