Ao retornar da Saxônia com um empate em 2 a 2 na bagagem, o invicto Bayern de Munique encerrou a 6ª rodada da Bundesliga na TERCEIRA posição da tabela com 14 pontos (4V-2E), dois a menos em relação ao líder Bayer Leverkusen, e a um do vice-colocado Stuttgart.
Diante deste cenário, fica claro e evidente porque a pressão sobre Thomas Tuchel já é enorme pelos lados da Baviera, considerando ainda que os atuais hendecacampeões alemães venceram somente um dos quatro jogos mais difíceis realizados neste início de temporada, registrando dois empates e uma derrota nas demais partidas, conforme você pode conferir abaixo:
Data | Partida | Competição |
12/08 | Bayern 0 x 3 RB Leipzig | Supercopa (ALE) |
15/09 | Bayern 2 x 2 Bayer Leverkusen | Bundesliga |
20/09 | Bayern 4 x 3 Manchester Utd. | Champions League |
30/09 | RB Leipzig 2 x 2 Bayern | Bundesliga |
Ainda assim, o mais recente destes resultados pode ser considerado uma vitória, já que os bávaros encerraram a primeira etapa do jogo contra o RB Leipzig com uma desvantagem que poderia ser de até três gols mas terminou em 2 a 0, o que permitiu com que eles buscassem o empate no segundo tempo através dos tentos de Harry Kane e Leroy Sané, respectivamente.
Seja como for, a realidade é que Thomas Tuchel vem trilhando um caminho bastante similar ao do antecessor Julian Nagelsmann, especialmente por conta de aspectos de ordem tática, vide a dificuldade dos jogadores em assimilar as complexas propostas de Tuchel, onde se incluem até os mais experientes que já trabalharam com Pep Guardiola, como são os casos de Thomas Muller, Joshua Kimmich, Kingsley Coman e Leroy Sané. Não à toa, neste momento o Gigante da Baviera ocupa a exata posição da 6ª rodada da temporada anterior da Bundesliga.
📊 | Bundesliga table after 6 games this season and last season. pic.twitter.com/iudyA5rMu1
— Bayern & Football (@MunichFanpage) October 2, 2023
Vale ressaltar que diversos tipos de treinadores passaram pelo Bayern ao longo deste glorioso período de onze títulos alemães seguidos. Desde o inovador Pep Guardiola até o conservador Niko Kovac, todos foram capazes de conduzí-lo à conquista da Bundesliga, independente da forma de jogo, o que se subentende que a equipe se emolda com as características do técnico.
No entanto, as dificuldades encontradas pelos bávaros na temporada passada, quando eles só soltaram o grito de campeão devido ao revés do Borussia Dortmund frente o Mainz 05, junto ao gol de Jamal Musiala nos minutos finais da última rodada da Bundesliga, já davam indícios de que o futuro se mostrava pra lá de complicado para os comandados de Thomas Tuchel.
Pois é, e embora estejamos apenas no começo da temporada, é importante destacar que Thomas Tuchel já completou seis meses no cargo, ou seja, tempo suficiente para o treinador que desembarcou gigante em solo alemão por ter ganho a Champions League um ano antes fazer toda a engrenagem do Bayern funcionar, algo que não vem acontecendo porque ele segue “inventando” taticamente.
O objetivo principal de Thomas Tuchel é fazer do Bayern de Munique uma equipe dominante por intermédio da superioridade numérica em campo, com a finalidade de controlar e ditar o ritmo dos jogos, ainda que os jogadores não estejam absorvendo estes conceitos.
Os bávaros acumularam quatro jogos consecutivos sem vencer o RB Leipzig, colecionando 2 derrotas e 2 empates nesta série, lembrando que Thomas Tuchel jamais venceu os Touros Vermelhos pelo Bayern.
Inclusive, a falta de compreensão dos atletas por pouco não resultou na segunda derrota seguida do Bayern para o RB Leipzig na temporada, o que só foi evitado porque Thomas Tuchel introduziu táticas significativamente mais simples na etapa final. Aliás, depois do jogo o técnico de 50 anos de idade chegou a afirmar que os pífios 45 minutos iniciais dos bávaros foram decorrentes de um “plano idiota”.
Deste modo, o próprio Thomas Tuchel não parece nada convicto do sistema de jogo que ele vem tentando implementar a força no Bayern, o que mais uma vez justifica a tese de que o ideal seria o ex-treinador do Chelsea estabelecer padrões nitidamente cognoscíveis visando, dentre outras coisas, a melhor compreensão por parte dos jogadores.
Não jogamos bem contra o Leipzig no primeiro tempo, convidando o adversário com erros básicos. Isso não pode acontecer novamente. Temos que nos concentrar em cumprir nossas tarefas durante os noventa minutos.
Joshua Kimmich, volante do Bayern
Ademais, em meio a isso tudo ainda há, em curso, o excelente futebol praticado pelo Bayer Leverkusen sob o comando de Xabi Alonso, dono de uma forte ligação junto ao Bayern de Munique, em razão da marcante passagem do ex-volante pelo Gigante da Baviera entre 2014 e 2017.
Logo, é fundamental que o Bayern comece não apenas a vencer, como também a convencer dentro de campo, até porque não falta qualidade individual ao time que segue estagnado em um pântano de desordem coletiva. Só assim Thomas Tuchel será capaz de espantar os rumores cada vez mais barulhentos que envolvem uma possível vinda de Xabi Alonso e, consequentemente, restabelecer a paz que há tempos não se vê na Baviera.