E a dança das cadeiras continua no Sevilla

O tento de Youssef En-Nesyri, aos 51 minutos da etapa final, não apenas evitou a derrota do Sevilla para o Rayo Vallecano em pleno estádio Ramón Sánchez Pizjuán, na rodada anterior da LaLiga, como também foi o último marcado pelo time andaluz sob o comando de José Luis Mendilibar.

Pois é, quatro meses após a histórica conquista da sétima taça da Europa League, José Luis Mendilibar tornou-se o terceiro treinador do Sevilla a deixar o clube em um curtíssimo espaço de ano, depois de Julen Lopetegui e Jorge Sampaoli.

A propósito, assim como ocorreu com os dois antecessores, a sucessão de maus resultados, aliada a má performance do Sevilla na LaLiga, foram as questões que determinaram a precoce queda de José Luis Mendilibar, a julgar que, embora com um jogo a menos, os rojiblancos ocupam somente a 14ª colocação na tabela contabilizando míseros 8 pontos, estando dois acima da zona da degola, nas oito primeiras rodadas do campeonato (2V- 2E – 4D).

Vale ressaltar que Julen Lopetegui foi demitido depois do Sevilla conquistar apenas cinco de 21 possíveis pontos no início da edição passada da LaLiga, ao passo que Jorge Sampaoli caiu em março deste ano por vivenciar uma situação exatamente igual a de José Luis Mendilibar, ou seja, com o clube da Andaluzia ocupando a 14ª posição, separado a dois pontos da zona do rebaixamento.

Diante deste cenário, a queda de José Luis Mendilibar já era realmente esperada, especialmente porque o empate em 2 a 2 contra o Rayo Vallecano antecedeu a penúltima data Fifa de 2023, abrindo a possibilidade para o sucessor trabalhar por duas semanas no novo clube. Deste modo, a curta passagem de 30 partidas do treinador de 62 anos de idade pelo Sevilla foi composta por 11 vitórias, 11 empates, 8 derrotas e, é claro, pelo título da Europa League.

Com isso, a diretoria do Sevilla iniciou a semana buscando um novo treinador, lembrando que os principais nomes pautados para assumir o comando técnico da equipe eram os de Marcelino García Toral, Marcelo Gallardo e Diego Alonso, todos livres no mercado.

A recente má experiência com Jorge Sampaoli, levava a torcida sevillista a acreditar que um estrangeiro não ocuparia novamente o banco do Ramón Sánchez Pizjuán. Logo, a tendência era a de que Marcelino García Toral ocupasse o posto de José Luis Mendilibar, considerando que o treinador que começou a temporada no Olympique de Marselha também era a opção predileta do CEO do Sevilla, Pepe Castro.

No entanto, a dura personalidade de Marcelino García Toral, acostumado a cobrar excessivamente as diretorias dos clubes em que trabalha, acabou o afastando do cargo e, no final das contas, o que prevaleceu foi o antigo desejo do gerente de futebol do Sevilla, Victor Orta, uma vez que Diego Alonso foi o técnico escolhido pelo clube espanhol.

Embora jovem, Diego Alonso ostenta no currículo o fato de já ter dirigido o Uruguai na Copa do Mundo de 2022, onde a Celeste realizou uma campanha pra lá de decepcionante ao ser eliminada na fase de grupos do torneio, mesmo dividindo uma chave tranquila ao lado de Portugal, Gana e Coréia do Sul.

Por sinal, é importante destacar que DiegoAlonso regressou do Catar sendo bastante criticado devido ao pífio futebol apresentado pela seleção uruguaia e, principalmente, por ter utilizado Giorgian De Arrascaeta, autor dos únicos dois gols do Uruguai no Mundial, como titular somente no último jogo diante de Gana.

Ademais, o ex-comandante do Uruguai acumula passagens por clubes tradicionais do futebol sul-americano como Peñarol e Olimpia, e também pelos mexicanos Pachuca e Monterrey, nos quais ganhou maior notoriedade ao conquistar alguns títulos. Todavia, os atuais trabalhos à frente do Inter Miami e da seleção uruguaia, como citado anteriormente, foram, no mínimo, frustrantes, para não dizer outra coisa.

Seja como for, só os resultados revelarão se a decisão do Sevilla foi certa ao contratar Diego Alonso, ou se ele entrará para as estatísticas como mais um treinador estrangeiro desde o argentino Helenio Herrera, entre 1953 e 1956, a não registrar nem ao menos 50% de taxa de vitórias no clube. A ver!

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