Significativas perdas não abalam o Bologna na temporada de Champions League

Nem o mais fanático dos torcedores bolonheses imaginava que o Bologna encerraria a temporada 2023-24 classificado para disputar a Champions League. Decerto, os rossoblù já ficariam extremamente satisfeitos com a conquista de uma vaga em torneios continentais depois da nona colocação da Serie A na primeira temporada sob o comando de Thiago Motta.

Aliás, vale ressaltar que o técnico ítalo-brasileiro desembarcou na Emilia-Romagna em setembro de 2022 com a dificílima missão de ocupar o posto do ídolo Sinisa Mihajlovic, que infelizmente morreu de leucemia. Naquela oportunidade, a contratação de Thiago era considerada
um grande risco em razão da pouca experiência do treinador que havia comandado apenas as equipes de Genoa e Spezia.

No entanto, a aposta em Thiago Motta foi melhor que a encomenda. Primeiramente, porque o nono lugar da temporada retrasada acabou sendo a melhor colocação dos rossoblù na Serie A desde a edição 2011-12, época em que o time dirigido por Stefano Pioli, ex-Milan, também terminou o campeonato nesta mesma posição, porém com uma vitória e três pontos a menos na classificação.

Em contrapartida, a primeira — e única — temporada completa de Thiago Motta à frente do Bologna acabou superando totalmente as expectativas com a qualificação do clube italiano à Champions League após 64 anos, lembrando que os emilianos ainda bateram uma série de recordes, dentre os principais, realizar a melhor campanha na Serie A desde 1967, bem como assinalar a maior pontuação na competição desde os 70 pontos obtidos na conquista do scudetto em 1964. Ou seja, nada mal para a equipe que era dona da 13ª maior folha salarial da Itália.

À vista disso, todos os holofotes se voltaram a Thiago Motta, que se juntou a Xabi Alonso como os principais destaques da temporada 2023-24 do futebol europeu. Consequentemente, o Bologna pagou caro o preço do próprio sucesso ao ver o jovem treinador de 42 anos de idade confirmar a sua saída antes mesmo da última rodada da Serie A, ao contrário do comandante do Bayer Leverkusen que, por sua vez, permaneceu no clube alemão.

Por sinal, vale ressaltar que os rossoblù acreditavam fielmente que Thiago Motta seguiria os mesmos passos de Xabi Alonso, e renovaria o contrato que acabava de terminar por pelo menos mais um ano após a classificação à Champions League, sobretudo porque o ex-jogador de Barcelona, Inter de Milão e PSG estava bastante identificado com o clube, a cidade, e a torcida. Em outras palavras, ele criou uma fortíssima ligação com Bologna.

Todavia, nem tudo isso foi capaz de seduzí-lo a ficar, já que Thiago Motta nem ao menos escutou a proposta que o presidente do Bologna, Joey Saputo, elaborou. Na realidade, um projeto esportivo mais audacioso, com a garantia de três grandes contratações visando a disputa da Champions League, somado a um aumento salarial considerável para o agora novo técnico da Juventus.

Entretanto, o adeus de Thiago Motta foi apenas uma espécie de presságio do pequeno desmanche que estava por vir, tendo em vista que depois dele foram as vezes de Joshua Zirkzee e Riccardo Calafiori se transferirem ao futebol inglês, mais especificamente para Manchester United e Arsenal. Quer dizer, além do treinador, dois importantes pilares da equipe também deixaram o clube da Emilia-Romagna depois da histórica temporada marcada pelo regresso à Champions League após seis décadas.

Para o lugar de Thiago Motta, o Bologna estudou alguns nomes no mercado até chegar a conclusão de que Vincenzo Italiano seria a melhor opção para sucedê-lo, principalmente em virtude do estilo de jogo similar baseado tanto na imposição quanto no controle através da posse de bola, lembrando que o treinador alemão também é adepto do 4-2-3-1, o que significa que os rossoblù não sofrerão grandes transformações apesar da troca de técnicos.

Ademais, é importante salientar que Vincenzo Italiano realizou um bom trabalho pela Fiorentina, inclusive batendo na trave ao perder as finais das duas temporadas anteriores da Conference League. Em 2023, ao cair por 2 a 1 diante do West Ham, e há exatos dois meses ao ser derrotado frente o Olympiacos pelo placar mínimo, no tempo extra da decisão em Atenas.

Já dentro de campo, o atacante escolhido para substituir Joshua Zirkzee foi o também holandês Thijs Dallinga, de 1,90m de altura, autor de 19 tentos e cinco assistências na temporada passada pelo Toulouse. A propósito, somente na Ligue 1 ele balançou as redes o montante de 14 vezes em 33 compromissos, o equivalente a 0,42 gol por partida, isto é, uma média superior em comparação ao índice de 0,32 do antecessor na Serie A.

Além de Thijs Dallinga, os jogadores Emil Holm, Nicolò Cambiaghi e Juan Miranda também foram apresentados pelo Bologna nesta janela de transferências, o que significa que o sucessor de Riccardo Calafiori ainda não foi contratado, por mais que a oferta para Mats Hummels já tenha sido enviada há dias pelos rossoblù.

Caso a transferência do ex-zagueiro do Borussia Dortmund seja concretizada, a lacuna deixada por Riccardo Calafiori seria muito bem preenchida em função da qualidade de Mats Hummels, inclusive na saída de bola, algo que, hipoteticamente, manteria intacta a solidez defensiva do time que sofreu míseros 30 gols ao longo das 38 rodadas da Serie A.

Deste modo, ao mesmo tempo que as perdas do Bologna tenham sido pra lá de significativas, as reposições, contando com a provável vinda de Mats Hummels, foram a altura, o que se pressupõe que mais uma promissora temporada se avista aos rossoblù, porém desta vez, com o hino da Champions League ecoando no Renato Dall’ara.

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