Chegou a hora da colheita ao Stuttgart

Dia 05 de junho de 2023, data em que o Stuttgart comemorava o triunfo por 3 a 1 sobre o Hamburgo — sendo 6 a 1 no agredado — após o jogo de volta dos playoffs de descenso da Bundesliga, garantindo assim, a sua permanência no primeiro escalão do futebol alemão.

No entanto, passados exatos 438 dias, aquele mesmo Stuttgart, de Sebastian Hoeness, se prepara para a disputa da Supercopa da Alemanha na temporada em que ainda terá o hino da Champions League ecoando na MHP Arena, em função da vice-posição na edição anterior da Bundesliga, composto pela melhor campanha dos suábios na história do campeonato.

Vale ressaltar que esta surpreendente reviravolta por parte do Stuttgart em um curto espaço de uma temporada teve início em abril do ano passado, quando Sebastian Hoeness desembarcou na capital de Baden-Wurttemberg com a duríssima missão de salvar a equipe que ocupava a lanterna da Bundesliga — e já havia sido comandada por Pellegrino Matarazzo e Michael Wimmer — do rebaixamento nas oito rodadas finais da competição.

No entanto, as únicas duas derrotas sofridas pelo Die Roten nos 12 primeiros jogos sob a liderança de Sebastian Hoeness, já sinalizavam que grandes coisas estavam por vir, o que acabou se comprovando na última temporada que só não ficou mais em evidência devido a memorável campanha do Bayer Leverkusen, campeão invicto tanto da Bundesliga quanto da Copa da Alemanha.

Não à toa, os 73 pontos assinalados pelo Stuttgart se converteram na maior pontuação obtida pelo clube na história da Bundesliga, inclusive superando os 70 pontos registrados na campanha do último título alemão em 2007, algo que também se equivale em relação ao número de vitórias, sendo 23 contra 21. Para se ter uma ideia, com esta mesma performance os suábios teriam erguido a Meisterschale na temporada retrasada.

Contudo, é importante destacar que Sebastian Hoeness não realizou nenhuma revolução para tornar o Stuttgart competitivo a ponto de brigar com as principais forças da Bundesliga, sobretudo porque nenhum reforço de peso foi contratado pelo clube do sul da Alemanha. Logo, o grande mérito do jovem treinador de 42 anos de idade foi implementar um sistema de jogo hibrido, baseado na forte pressão em linha alta, bem como na agressiva marcação para recuperar a bola no campo do adversário, sempre atuando no 4-2-3-1 durante a fase ofensiva, que se alterna para um 5-2-3 na defensiva.

Assim, é inegável que as avaliações em torno do trabalho de Sebastian Hoeness estarão mais rígidas nesta nova temporada, afinal, o sarrafo do Stuttgart realmente subiu. E com uma Champions League pela frente, os suábios trabalharam firme para reforçar o plantel que perdeu Waldemar Anton, Serhou Guirassy e Hiroki Ito, isto é, três importantes pilares que compunham a espinha dorsal da equipe, e que ainda reforçaram dois concorrentes diretos na briga pelo título alemão, como são os casos de Borussia Dortmund e Bayern de Munique.

Ao mesmo tempo, o Stuttgart foi estratégico no mercado para repor estas perdas, a começar pela vinda de Ermedin Demirovic para suceder Serhou Guirassy no ataque. Autor de 15 gols e nove assistências defendendo as cores do Augsburg na última temporada da Bundesliga, o novo camisa 9 do Die Roten tem tudo para formar uma fortíssima dupla com Denis Undav, comprado em definitivo junto ao Brighton.

Ademais, o setor ofensivo do Stuttgart, que também já conta com Silas e Chris Fuhrich, ainda foi fortalecido com as chegadas de Fabian Rieder e Jemie Leweling. Portanto, além de aumentar a profundidade do elenco, estas duas novas peças, certamente, trarão mais fluidez e criatividade ao ataque, funcionando como ótimas opções ao técnico Sebastian Hoeness.

Em compensação, as saídas de Waldermar Anton, Hiroki Ito e Matej Maglica obrigaram o Stuttgart a reforçar a zaga nesta janela de meio de ano, especialmente porque os suábios encerraram a Bundesliga com a segunda melhor defesa da competição ao lado do RB Lepzig, ambos com 39 tentos sofridos, e também foram vice-colocados no ranking de Clean Sheets por não terem sido vazados em 12 das 34 rodadas disputadas.

Consequentemente, três novos zagueiros foram apresentados pelo Stuttgart. Tratam-se de Jeff Chabot, Anthony Rouault e Leonidas Stergiou. Soma-se a isso, os empréstimos dos novatos Ramon Hendricks e Frans Kratzig, de Feyenoord e Bayern de Munique, que também chegaram via empréstimo, totalizando o montante de cinco reforços na defesa.

À vista destes movimentos que incluem a melhora da capacidade ofensiva da equipe, a contínua aposta em jovens promessas, além da saudável gestão do clube cuja fervorosa torcida segue ansiosa em virtude do regresso à Champions League, a expectativa é que o Stuttgart lute pelas vagas em torneios continentais na próxima temporada da Bundesliga, figurando entre os seis primeiros colocados da tabela.

E para sonhar com a conquista do sexto título alemão, o Stuttgart precisará de mais consistência, ou seja, estabalecer uma maior regularidade no decorrer da temporada, além, é claro, de alcançar um nível de competitividade capaz de fazê-lo vencer confrontos diretos contra os gigantes da Bundesliga. Quer dizer, nada de outro mundo em tempos de colheita aos atuais vice-campeões alemães.

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