As coisas voltaram a normalidade na Alemanha

Após onze ininterruptos anos erguendo a Meisterschale, o Bayern de Munique viu a sua longa hegemonia chegar ao fim no futebol alemão, em meio a surpreendente ascensão do Bayer Leverkusen na temporada passada que terminou com os bávaros ocupando a terceira posição da Bundesliga, realizando assim, a sua pior campanha na competição desde 2011.

Em todo o caso, bastaram dez rodadas desta nova temporada da Bundesliga para que as coisas voltassem a normalidade na Alemanha, tendo em vista que o Gigante da Baviera lidera isoladamente a classificação com cinco pontos a mais em relação ao vice-colocado RB Leipzig, somando 8 vitórias, 2 empates, 33 gols marcados e somente sete sofridos, sendo o único clube invicto até aqui no campeonato.

Deste modo, fica evidente que o começo de Vincent Kompany vem superando totalmente as expectativas pelos lados de Munique, sobretudo considerando que o treinador belga era uma das últimas opções para assumir o comando do Bayern depois da saída de Thomas Tuchel. E detalhes como a pouca experiência na carreira, somada ao rebaixamento à frente do Burnley na temporada anterior da Premier League, aumentaram ainda mais a desconfiança sobre o novato técnico de 38 anos de idade.

No entanto, todas as dúvidas em torno do trabalho de Vincent Kompany foram diminuindo a cada apresentação do Bayern, em suma maioria marcada por vitórias contundentes e goleadas. Não por um acaso, os baváros balançaram as redes o montante de 29 vezes nas seis primeiras partidas da temporada, que antecederam o tão aguardado embate contra o atual campeão Bayer Leverkusen, cujo placar terminou empatado em 1 a 1 na Allianz Arena.

Ainda assim, a maior peculiaridade deste repaginado Bayern de Munique, de Vincent Kompany, é que os componentes que fazem a engrenagem ofensiva da equipe funcionar são outros, mais especificamente, o qualificado quarteto formado por Jamal Musiala, Kingsley Coman, Michael Olise e Harry Kane, que vem fazendo a diferença em campo.

Inclusive, a impressão é a de que todos atuam juntos há tempos sob o espectro do amplo dinamismo, ritmo e eficiência de cada um deles, haja vista a relevante influência de Kinsgley Coman e Michael Olise pelos lados, bem como as variadas movimentações de Jamal Musiala por dentro. Isso explica porque Harry Kane já marcou 17 gols e deu oito assistências nos 16 jogos em que defendeu as cores do Bayern na atual temporada, o que resulta em um significativo registro de 25 participações em gols.

A propósito, vale ressaltar que Vincent Kompany até iniciou a temporada com Serge Gnabry na formação titular, mas com a ascensão de Kingsley Coman o atacante alemão acabou perdendo espaço, acima de tudo por conta da recomposição, pois além de pressionar a saída de bola com maior assiduidade, Coman também colabora nas funções defensivas, aliviando o trabalho de Alphonso Davies que, consequentemente, consegue atacar com maior frequência. Contudo, resta saber se o ex-jogador de PSG e Juventus superará o fantasma das contusões, e manter a regularidade que tanto se espera.

Ademais, outro ponto a ser exaltado no Bayern é a solidez defensiva da equipe, principalmente em virtude das evoluções de Kim Min-Jae e Dayot Upamecano, que fora de sintonia colecionaram diversas falhas na última temporada. Soma-se a isso, os importantes papéis desempenhados pelos volantes, como são os casos de Joshua Kimmich e João Palhinha, que assumiu a titularidade depois da lesão de Aleksandar Pavlovic, outro destaque do time.

Em contrapartida, a ótima campanha do Bayern na Bundesliga não se resume a Champions League, vide a 17ª colocação na tabela do torneio com 6 pontos após 4 rodadas. Por sinal, a invencibilidade dos bávaros só não se estende para toda a temporada em decorrência das derrotas sofridas frente Aston Villa e Barcelona. À vista disso, para ter chances de avançar diretamente às oitavas-de-final, eles precisarão vencer os próximos quatro compromissos diante de PSG (c), Shakhtar Donetsk (f), Feyenoord (f) e Slovan Bratislava (c).

Seja como for, não é difícil imaginar o Gigante da Baviera conquistando os doze demais pontos em disputa na Champions League, considerando a sua superioridade em comparação a Shakhtar Donetsk, Feyenoord e Slovan Bratislava, aliada ao péssimo momento do PSG, que vive uma fase ainda pior no torneio continental, lembrando que os ucranianos estão atuando em solo alemão devido a guerra que ainda assola o país, o que significa que, na prática, o Bayern jogará três destes quatro jogos restantes em seus domínios.

Ao mesmo tempo, a confortável vantagem na liderança da Bundesliga sinaliza que, embora não estejamos nem ao menos na metade da temporada, o caminho do Bayern rumo ao título alemão está sendo tão bem pavimentado quanto a nítida percepção de que os seus principais concorrentes no campeonato, Bayer Leverkusen, RB Leipzig, Stuttgart e Borussia Dortmund, demonstram não terem potencial para competir com os bávaros.

Em outras palavras, as coisas realmente voltaram ao normal na Alemanha!

2 Comentários

  1. Na Bundesliga pode se dizer que a taça será do Bayern, claro se continuar nessa pegada de vitórias e por ter deixado escapar a taça temporada passada, acho que esse fato deu um gás a mais no time essa temporada. E na Champions League tem grande chance de se classificar também, pela superioridade do time em relação aos adversários.

    • JoaoRicardo Responder

      Sim, antes da temporada existiam inúmeras dúvidas se o Bayern conseguiria voltar a dominar o futebol alemão com o inexperiente Vincent Kompany no comando da equipe. Ao menos inicialmente, ele vem mostrando ter condições para liderá-la.
      Obrigado pelo comentário.

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