Queda de braço entre Deschamps e Mbappé não abala a seleção francesa

Seleção francesa e polêmicas. Não importa o dia, a hora, o ano, o clima, o campeonato ou o momento, a realidade é que ambas estão sempre lado a lado, deixando a nítida impressão de que se trata de algo absolutamente natural no cotidiano do selecionado bicampeão mundial.

Pois é, e o problema da vez na atualidade responde pelo nome de Kylian Mbappé, que embora não tenha sido convocado para defender as cores da França nas partidas contra Israel e Itália na última Data Fifa de 2024, continua ocupando os holofotes dos Les Bleus em virtude de um suposto entrevero junto ao treinador Didier Deschamps, negado de maneira veemente até mesmo pelo presidente da FFF (Federação Francesa de Futebol), Philippe Diallo.

Vale ressaltar que Kylian Mbappé entrou em rota de colisão com Didier Deschamps antes da penúltima Data Fifa do ano, em outubro, quando decidiu não integrar a seleção da França alegando que precisava aprimorar a forma física, lembrando que o novo reforço do Real Madrid até iniciou bem a sua nova jornada no clube espanhol ao marcar o segundo gol da vitória por 2 a 0 sobre a Atalanta na final da Supercopa da UEFA, mas posteriormente passou as três primeiras rodadas da LaLiga sem balançar as redes.

A propósito, Kylian Mbappé contabiliza oito tentos e duas assistências em 18 jogos realizados pelo Real Madrid até aqui na temporada. Logo, tanto os números quanto as fracas atuações evidenciam que todas as expectativas geradas pela vinda do craque francês ao clube atual campeão europeu ainda estão distante do ideal. Não à toa, Mbappé vive uma longa seca de quatro partidas sem gols, marcadas pelas quedas diante de Barcelona (4 a 1) e Milan (3 a 1).

A explicação de Kylian Mbappé para este desempenho abaixo do esperado é que no Real Madrid ele está jogando centralizado no ataque, já que Vinícius Júnior atua em sua posição de origem aberto pela esquerda. Questionado sobre o tema, o técnico Carlo Ancelotti disse que não mudará o posicionamento do jogador que mais lhe entrega em campo. Ou seja, uma clara sinalização de que o camisa 7 está acima do camisa 9 no que diz respeito a hierarquia do time.

Além disso, Carlo Ancelotti afirmou que Kylian Mbappé ainda atravessa um processo de adaptação, do mesmo modo que os novos companheiros buscam maior entrosamento com ele, fatores estes, que segundo o treinador italiano demandarão um pouco mais de tempo. De qualquer maneira, a pouca pressão exercida na saída de bola, aliada a ineficaz recomposição na marcação, são os principais pontos negativos de Mbappé no Real Madrid, que inclusive vem comprometendo a parte defensiva da equipe, assim como tanto ocorreu no Paris Saint-Germain.

Seja como for, a não ida de Kylian Mbappé à seleção francesa até se justificava através de sua má fase, porém o fato que incomodou Didier Deschamps foi vê-lo fazer uma viagem à Estocolmo para celebrar uma festa com amigos ao invés de intensificar os treinamentos como ele havia informado. E pior do que isso foi Mbappé retornar da Suécia com uma acusação de estupro. Ao mesmo tempo, os Les Bleus somaram seis importantes pontos fora de seus domínios ao golearem Israel por 4 a 1, e derrotarem a Bélgica por 2 a 1.

Diante deste cenário, apesar de pressionado por conta do pífio futebol praticado pela França, novamente Didier Deschamps preferiu não convocar Kylian Mbappé para os dois últimos jogos da fase de grupos da Liga das Nações da UEFA frente Israel e Itália, contando com o apoio da maior parte da opinião pública francesa, bastante decepcionada com as recentes condutas do ex-atacante do PSG.

E sem Kylian Mbappé, os comandados de Didier Deschamps empataram sem gols com Israel no Stade de France tomado por míseros 16.611 torcedores, isto é, o público mais baixo da história da seleção francesa em Paris. Aliás, um jogo em que a França registrou o total de 71% de posse de bola e finalizou o montante de 24 vezes, sendo oito delas na direção certa da meta adversária, porém ainda assim não foi capaz de marcar um mísero gol. Consequentemente, a sensação passada foi a de que com Mbappé o resultado seria outro.

No entanto, os franceses se redimiram no jogo seguinte ao derrotarem a Itália por 3 a 1 em pleno Giuseppe Meazza, dando o troco na seleção que havia os vencido pelo mesmo placar no turno inicial no Parque dos Príncipes. À vista disso, os Les Bleus garantiram a vaga nas quartas-de-final da Liga das Nações da UEFA como líderes do grupo A2 ao superarem os italianos no saldo de gols. Em outras palavras, uma vitória com sabor de derrota para Kylian Mbappé que nem estava em campo.

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Obviamente, a relevância de Kylian Mbappé é indiscutível na seleção francesa, dada o enorme talento do jogador de 25 anos de idade. Ademais, é importante salientar que Mbappé viveu os melhores momentos na carreira justamente vestindo a camisa da França, mais especificamente na conquista da Copa do Mundo de 2018, e no vice-título mundial de 2022, quando marcou um hat-trick na decisão contra a Argentina.

Como resultado, Kylian Mbappé recebeu a braçadeira de capitão da França na edição deste ano da Eurocopa. Em compensação, as mesmas atitudes que abalaram a sua idolatria no Paris Saint-Germain, se repetem agora na seleção bicampeã do mundo, a ponto de Didier Deschamps — ainda que de forma velada — considerar a hipótese de não convocá-lo daqui adiante.

Em todo o caso, uma situação que não afeta em nada a seleção cujos conflitos servem como uma espécie de combustível, o que significa que o único prejudicado nessa história responde pelo nome de Kylian Mbappé.

1 Comentário

  1. Mbappé é um jogador sensacional e que faz a diferença por onde passa. Jogando pela seleção francesa tem extrema importância e os números provam isso, sendo eficiente em gols e assistências No Real Madrid ainda esta no começo de sua trajetória, e com o tempo irá apresentar seu melhor futebol.

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