O triunfo por a 3 a 2 sobre a Suíça encerrou o histórico ano de 2024 da seleção espanhola, marcado tanto pela conquista do tri da Eurocopa, quanto pela confirmação de um futuro extremamente promissor, que inclui a Copa de 2026.
A inédita conquista da Liga das Nações da UEFA na temporada anterior, rendeu a permanência de Luís De La Fuente no comando técnico da Espanha, que até então atravessava um momento pra lá de conturbado após a decepcionante queda diante de Marrocos nas oitavas-de-final da Copa do Mundo de 2022, dando um mísero arremate na meta adversária.
No entanto, o revés frente a Colômbia pelo placar mínimo no primeiro compromisso dos espanhóis em 2024, já gerava novamente uma série de questionamentos em torno do ex-treinador da seleção sub-21, por mais que a Furia Roja acumulasse uma sequência de seis vitórias consecutivas pelas Eliminatórias da Eurocopa, composta por 22 gols marcados e somente três sofridos.
Por esta razão, o desempenho da Espanha na Euro 2024 seria determinante para selar o destino de Luís De La Fuente que, mais uma vez, superou totalmente as expectativas não apenas ao faturar o tricampeonato europeu — colocando um fim no longo período de 12 anos desde a última conquista continental —, como ao aposentar o tiki-taka para implementar um novo modelo de jogo mais vertical, fluido e intenso.
E em meio a essa nova configuração, a Espanha retornou da Alemanha sendo apontada como a melhor seleção do mundo naquela oportunidade, algo que se confirmou através da avassaladora campanha de 16 de 18 possíveis pontos na Liga das Nações da UEFA (5 vitórias e um empate), que resultou na classificação dos pupilos de Luís De La Fuente às quartas-de-final da competição como líderes isolados do grupo A4.
Não à toa, a Espanha adentrou a última Data Fifa do ano precisando apenas cumprir tabela nas partidas contra Dinamarca e Suíça. Todavia, ao contrário do que muitos imaginavam, o apetite da Furia Roja não diminuiu em nada, sobretudo porque novas peças foram testadas por Luís De La Fuente devido ao extenso número de desfalques do time, dentre os principais, o lateral-direito Dani Carvajal e o volante Rodri.
Consequentemente, Luís De La Fuente promoveu as estreias dos novatos Aitor Paredes, Marc Casadó, Pablo Barrios e Samu Aghehowa nas vitórias sobre Dinamarca e Suíça, por 2 a 1 e 3 a 2, respectivamente, enquanto Robert Sánchez, Óscar Mingueza e Bryan Gil fizeram os seus primeiros jogos pela seleção espanhola sob o comando do sucessor de Luis Enrique que, desta maneira, já utilizou 61 jogadores diferentes desde que assumiu o cargo em março do ano passado.
Apenas três jogadores que disputaram a final da Euro 2024 (Fabián Ruiz, Nico Williams e Álvaro Morata) estiveram entre os titulares da Espanha na última partida contra a Suíça.
Contudo, vale ressaltar que os testes realizados por Luís De La Fuente foram pra lá de positivos na seleção da Espanha, a julgar pelo exemplo da dupla de pontas Bryan Gil e Bryan Zaragoza. Após apagadas passagens por Tottenham e Bayern de Munique, ambos retomaram o bom futebol ao retornarem ao país por intermédio dos empréstimos junto a Girona e Osasuna. Como resultado, os “Bryan’s” balançaram as redes na partida ante a Suíça, se mostrando como excelentes opções durante as ausências de Lamine Yamal e Nico Williams.
Além deles, Samu Aghehowa também provou ser uma ótima alternativa ao ataque nos pouco mais de 45 minutos que esteve em campo depois de substituir Álvaro Morata no intervalo do jogo contra os suíços. Aliás, os 12 gols assinalados pelo jovem atleta de 20 anos de idade em 13 partidas disputadas na atual temporada defendendo as cores do Porto, retratam que ele pode ser uma solução para curto, médio e longo prazo ao selecionado espanhol.
Ademais, outro destaque da Furia Roja responde pelo nome de Marc Casadó, que embora já tenha passado de promessa a realidade no Barcelona graças ao treinador Hansi Flick, ainda precisa pavimentar o seu caminho na seleção espanhola. Em todo o caso, um movimento que começou com duas sublimes exibições e, detalhe, com o volante do Barça ocupando o lugar de Rodri na faixa cental ao lado de Fabián Ruiz e Pedri.
Álvaro Morata (à direita) foi o jogador mais vezes utilizado pela Espanha desde a chegada de Luís De La Fuente, somando 23 partidas. Já Aymeric Laporte (à esquerda), aparece em segundo na lista, com 21 jogos.
Por sinal, o meio-campo é, sem sombra de dúvidas, o setor de maior concorrência na seleção da Espanha. Ainda assim, considerando aspectos como hierarquia e a minutagem de cada um dos jogadores, fica evidente que a titularidade é de Rodri, Fabián Ruiz e Dani Olmo, enquanto Mikel Merino, Martin Zubimendi e Pedri aparecem em segundo plano, o que significa que Marc Casadó, Fermín Lopez, além de Gavi, que era intocável para Luís De la Fuente até se lesionar há um ano, brigam diretamente para herdar uma vaga.
Deste modo, com um leque de possibilidades ainda mais amplo no plantel, o favoritismo dos espanhóis na Copa do Mundo de 2026 aumentou após o desfecho da fase de grupos da Liga das Nações da UEFA, tanto é, que de acordo com as casas de apostas a Espanha registra 25% de chances de conquistar o título mundial, seguida da Alemanha, com 22,2%, da França, com 20%, e de Portugal, com 18,1%.
Portanto, a verdade é que a busca pela segunda estrela na camisa não ficará comprometida nem mesmo se problemas referentes a lesões voltarem a assolar a Furia Roja na caminhada rumo ao Mundial de 2026, que terá como principais paradas a fase final da Liga das Nações e a decisão da Finalíssima.
2 Comentários
Dá gosto de ver essa seleção jogar, com seus talentosos jogadores em todas posições, principalmente do meio pra frente. Com certeza na Copa do Mundo de 2026 será forte candidata a ser campeã, juntamente com o Brasil, França, Argentina e Inglaterra na minha opinião. A nova geração em conjunto com os jogadores experientes tornam a seleção muito forte, o que pode ser o diferencial em momentos decisivos.
Partilho da mesma opinião, está dando gosto de assistir a Espanha, que sob o comando de Luís De La Fuente, tomou forma e hoje pratica o melhor futebol dentre seleções.
Mais uma vez, obrigado pelo comentário!