Chances de um precoce adeus na Champions League aumentam ao Paris Saint-Germain

Uma vitória, um empate, três derrotas, três gols marcados, seis sofridos, e a 25ª posição na tabela da Champions League. Por incrível que pareça, esta pífia campanha composta por mais jogos do que pontos após o desfecho da 5ª rodada da fase de liga pertence ao Paris Saint-Germain, que neste momento estaria eliminado do torneio continental.

No entanto, a realidade é que a decepcionante caminhada do PSG na Champions League teve início logo na rodada inicial, quando os franceses venceram o Girona pelo placar mínimo na Catalunha graças ao verdadeiro presente dado pelo goleiro adversário, Paulo Gazzaniga, nos acréscimos da partida. Ou seja, os comandados de Luis Enrique não convenceram nem mesmo na única vitória que conquistaram até aqui na competição.

Posteriormente, a frustração se intensificou com a queda por 2 a 0 diante do Arsenal, em Londres, seguida do empate em 1 a 1 com o PSV Eindhoven, e da derrota por 2 a 1 frente o Atlético de Madrid, ambos em pleno Parque dos Príncipes. Deste modo, fica evidente que os parisienses desembarcaram pra lá de pressionados na Baviera para encarar o Bayern de Munique.

Todavia, como tudo que está ruim pode piorar, o Paris Saint-Germain retornou à capital francesa numa situação ainda mais complicada devido ao revés pelo placar mínimo na Allianz Arena. A propósito, um resultado que não condiz em nada com o que foi a partida, vide o elevado índice de 2.41 gols esperados por parte do Bayern de Munique, contra 0.88 do PSG, além das 18 finalizações e cinco grandes oportunidades desperdiçadas pelos bávaros ao longo do jogo, mediante 11 arremates e duas chances claras perdidas pelos parisienses.

Ademais, conforme você pode acompanhar na imagem acima (retirada do perfil do Sofascore na rede “X”), nem mesmo nas métricas referentes a posse de bola, quer dizer, a base principal do sistema de jogo de Luis Enrique, os parisienses foram capazes de superar o Bayern de Munique, algo que deve-se muito ao fato da expulsão de Ousmane Dembélé, aos 11 minutos da etapa final.

Consequentemente, o Paris Saint-Germain precisará vencer pelo menos dois dos próximos três jogos restantes na Champions League para ao menos ficar entre os 24 melhores colocados na classificação e, assim, avançar aos playoffs que antecedem às oitavas-de-final, pois de acordo com as projeções da UEFA as equipes que alcançarem nove pontos conseguirão estar posicionadas entre os 9º e 24º lugares.

Portanto, a expectativa é que o PSG vença os confrontos ante RB Salzburg, em casa, e Stuttgart, fora de seus domínios, já que o outro compromisso dos franceses nessa reta final da fase de liga da Champions League será contra o Manchester City, no Etihad Stadium, e por pior que seja o momento vivido pelo City, trata-se do atual tetracampeão inglês também precisando somar pontos em razão da má campanha no torneio, lembrando que este embate ocorrerá somente em janeiro do ano que vem, o que significa que até lá as circunstâncias serão completamente diferentes.

Em todo o caso, segundo o supercomputador da Opta Analyst o Paris Saint-Germain registra 10,6% de possibilidades de encerrar a fase de liga da Champions League na 25ª posição, o que significa que são significativas as chances dos parisienses se despedirem de forma precoce da competição sem se qualificar ao estágio de mata-mata pela primeira vez desde a temporada 2004-05.

Previsões Opta AnalystChances do PSG
20ª posição5,0%
21ª posição7,7%
22ª posição9,5%
23ª posição10,6%
24ª posição10,0%
25ª posição10,6%
26ª posição10,6%
27ª posição7,8%
28ª posição4,7%
29ª posição2,9%
30ª posição2,3%

Diante deste cenário, apesar do PSG ocupar a liderança isolada da Ligue 1 com seis pontos de vantagem sobre o vice-colocado Monaco — em virtude da invicta trajetória de 10 vitórias e dois empates em 12 rodadas disputadas —, um clima de enorme pressão se instaurou no Parque dos Príncipes, em especial sob o técnico Luis Enrique, que atravessa a fase mais tensa desde que assumiu o comando do PSG em julho do ano passado.

Por sinal, diversos são os questionamentos dos torcedores parisienses em relação ao trabalho de Luis Enrique, sendo o principal deles, a insistência do técnico espanhol na ideia de jogar sem um centroavante fixo em campo, optando por utilizar um falso nove, seja com Marco Asensio, Lee Kang-in ou Bradley Barcola, exercendo a função.

Soma-se a isso, a previsibilidade do modelo de jogo de Luis Enrique, cuja filosofia é dominar as partidas através da posse de bola, ficando com ela o máximo de tempo possível para controlar o ritmo e não se colocar em perigo. Ofensivamente, a construção sempre ocorre através de passes curtos e rápidos, o que acaba tornando o Paris Saint-Germain um time sem intensidade e frágil na parte física, isto é, elementos básicos para o sucesso de qualquer equipe na atualidade.

Outros aspectos também passaram a sobrecarregar Luis Enrique por conta das más apresentações na Champions league, como são os casos da autoritária e rígida forma do treinador de 54 anos de idade gerir o vestiário parisiense, além da não potencialização dos atletas, pois ao longo destes dezessete meses de trabalho apenas Bradley Barcola e, talvez Lucas Beraldo, evoluíram os seus respectivos níveis de jogo no clube francês.

Em compensação, o que não mudou foi o tratamento junto a imprensa que continua um tanto quanto rude e severo. Por este motivo, não existe meio termo com Luis Enrique: ou você gosta ou você não gosta dele. E neste instante, a insatisfação acerca do ex-treinador do Barcelona e da seleção espanhola que é notória em Paris, certamente crescerá no caso de uma viável desclassificação na Champions League, a ponto de custar sua permanência no cargo, afinal, só a Ligue 1 não basta ao PSG.

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