O rebaixado e desiludido Málaga

A temporada 2017/18 ficará marcada de maneira negativa na história do Málaga, afinal, após longos dez anos de seu regresso à La Liga, os boquerones voltaram a sofrer com o temível rebaixamento, e detalhe, nesta oportunidade ele veio a se concretizar com cinco rodadas de antecedência, um aspecto que machucou ainda mais todos os torcedores malaguistas.

Málaga Club de Fútbol, equipe espanhola localizada na cidade de Málaga, região da Andaluzia, e fundada no dia 25 de maio de 1948. Há um mês de completar setenta anos de existência, o Málaga jamais venceu títulos de grande expressão, tanto é, que na sala de troféus do clube encontramos apenas quatro taças de campeão da Segunda Divisão Espanhola (1951-52, 1966-67, 1987-88 e 1998-99), e um caneco da extinta Copa Intertoto, conquistada em 2002.

Apesar disso, nos causa enorme estranheza o rebaixamento malaguista, isso porque há cinco temporadas o time azul e branco disputava as quartas de final da Champions League contra o poderoso Borussia Dortmund de Jurgen Klopp, que naquela ocasião, foi vice-campeão do torneio continental. Além disso, o fato dos boquerones terem sido comprados pelo bilionário qatariano Abdullah Al Thani, fez com que todos vislumbrassem um crescimento do clube dali adiante, algo que realmente não aconteceu, muito pelo contrário, as campanhas da equipe nunca convenceram. Não à toa, a queda recente para a segunda divisão foi inevitável.

A melhor campanha do Málaga desde a sua venda, ocorreu na temporada 2011/12, quando a equipe ficou na quarta posição da La Liga. Na edição 2012/13 do campeonato, os boquerones encerraram a sua participação no sexto posto da tabela. Em seguida, vieram um 11º lugar (2013/14, um 9º (2014/15), um 8º (2015/16) e novamente uma 11ª colocação no ano passado. Analisando este retrospecto, percebemos que os malaguistas não tiveram problemas para lutar contra o descenso, porém estavam longe de brigar por vagas em torneios europeus.

No entanto, os azuis e brancos já davam indícios de que seriam rebaixados desde o início da temporada, visto que o clube andaluz perdeu as cinco primeiras rodadas da La Liga. Os maus resultados persistiram, e a solução encontrada pela diretoria malaguista foi demitir o treinador Míchel em janeiro deste ano. Todavia, a chegada de José Manuel González não surtiu o efeito esperado, já que o Málaga permaneceu na parte debaixo da tabela durante todo o restante da competição.

Eis que na 33ª rodada do campeonato, os boquerones sofreram uma duríssima derrota para o Levante pelo placar mínimo, levando o gol de misericórdia aos 47 minutos da segunda etapa, e desta forma, o rebaixamento malaguista foi enfim concretizado. Ocupando o último posto da tabela com míseros 20 pontos, o Málaga coleciona 5 vitórias, 5 empates e o montante de 24 derrotas em 34 partidas disputadas, obtendo assim, 19,6% de aproveitamento na La Liga. Vale ressaltar ainda que os pupilos de José Manuel González são donos do pior ataque do torneio com somente 22 tentos marcados, registrando 0,65 gols por jogo, logo, a queda do time à segunda divisão é inquestionável.

Como é de praxe no mundo do futebol, a responsabilidade pelo descenso do Málaga será destinada ao treinador, que será demitido no término da temporada. José Manuel González certamente tem a sua parcela de culpa, todavia, acredito que as saídas dos jogadores Ignacio Camacho, Pablo Fornals e do atacante Sandro Ramírez, três importantes peças da equipe, foram determinantes para o rebaixamento azul e branco, até porque as reposições não foram à altura. O próximo a deixar o conjunto andaluz é o lateral-esquerdo Jony, outro grande destaque do time. A partir de agora, o Málaga passará por uma enorme reformulação, só esperamos que o retorno ao segundo escalão espanhol sirva de lição para os malaguistas regressarem fortalecidos à La Liga, ou então, veremos o clube se afundar ainda mais em uma crise sem precedentes.

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