A eliminação do São Paulo diante do modesto Mirassol (3 a 2) em pleno estádio do Morumbi, pelas quartas de final do Campeonato Paulista, serve perfeitamente como parâmetro para exemplificar o quão desastrosa é a gestão do presidente Leco no Tricolor.
A noite de 29 de julho de 2020 ficará marcada como mais uma página obscura na história do São Paulo, afinal, a equipe comandada por Fernando Diniz despediu-se do Campeonato Paulista depois do revés sofrido frente o Mirassol no Morumbi. Obviamente, nenhuma eliminação é encarada com naturalidade pelos torcedores, mas a de ontem irritou demais os são-paulinos pelo fato do time do interior ter entrado em campo com uma formação alternativa, uma vez que 18 atletas, sendo oito deles titulares, deixaram o clube em função do término de seus vínculos contratuais antes da paralisação do Estadual por conta da pandemia do novo coronavírus.
Pois é, mesmo diante deste cenário o São Paulo conseguiu a proeza de ser eliminado, algo que já tornou-se rotina aos são paulinos nos últimos anos. Apesar da enorme tradição do time três vezes campeão mundial, é fato que o Tricolor vive um momento pra lá de turbulento, tanto é, que ele não ergue um caneco desde a conquista da Copa Sul-Americana em 2012. Em contrapartida, as coisas pioraram ainda mais pelos lados do Morumbi assim que o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva assumiu a presidência do clube em 2015. Sob o mandato de Leco, a equipe já sofreu o montante de 14 eliminações, e perdeu todos os campeonatos por pontos corridos que disputou no período.
O São Paulo não vence o Campeonato Paulista desde 2005, ou seja, já são 15 anos de jejum apenas no torneio estadual.
Contudo, a “era Leco” não se destaca negativamente apenas pela escassez de títulos, outros aspectos evidenciam a desastrosa gestão do mandatário tricolor, como o pífio desempenho do São Paulo em clássicos, a constante troca de treinadores – dentre eles o ídolo Rogério Ceni -, além da compra de jogadores caros que são dispensados sem a menor justificativa em um curto espaço de tempo, haja vista os casos de Maicossuel, Jucilei, Diego Souza e Everton Felipe.
Vale ressaltar ainda, que a dívida do Tricolor aumentou de forma considerável com Leco na presidência. Os altos investimentos realizados em contratações de reforços, todos com o aval do presidente, arruinaram a saúde financeira do clube. Isso explica porque o São Paulo, outrora soberano, apresentou um déficit de R$ 156 milhões de reais em 2019, e consequentemente, elevou o seu passivo que em dezembro de 2018 era de R$ 270 milhões para os atuais R$ 570 milhões.
Ney Franco foi o último treinador campeão no comando do São Paulo. Desde a sua saída em 2013, quinze treinadores passaram pelo Morumbi, sendo dois como interinos.
Para alguns são-paulinos, a eliminação contra o Mirassol não causou espanto, já que nos últimos anos o São Paulo sofreu quedas diante de Juventude, Avaí, Penapolense, Bragantino, Ponte Preta, Colón, Defensa y Justicia e Talleres, portanto, o Leão da Alta Araraquarense é mais um integrante desta vasta lista que não para de crescer. No entanto, a maior parte da torcida criticou duramente a cúpula diretiva do clube – formada pelo presidente Leco e os diretores Raí, Diego Lugano e Alexandre Pássaro -, além dos jogadores e o treinador Fernando Diniz, apontando-os como os grandes responsáveis pelo vexame de ontem no Morumbi.
A diretoria é, sim, a principal causadora da má fase tricolor. Todavia, Fernando Diniz também deve ser cobrado, aliás, esta já não é a primeira vez que o técnico de 46 anos de idade não convence à frente de uma equipe, basta recordarmos as suas passagens por Athletico Paranaense e Fluminense, clubes pelo qual o comandante são-paulino chegou prometendo muito e saiu sem cumprir nada. Logo, o filme está se repetindo no São Paulo. Não devemos isentar os atletas, em especial Dani Alves, Hernanes e Pablo, que pediram a contratação de Diniz na temporada passada, após a saída de Cuca.
Por fim, a verdade é que os são-paulinos, antes acostumados a comemorar títulos, passaram apenas a celebrar contratações de grandes jogadores, ou então, festejar as eliminações dos rivais nos últimos anos. E quando este tormento chegará ao fim? É impossível saber, porém é importante salientar que as eleições presidenciais do clube ocorrerão no final do ano. Deste modo, embora ainda não saibamos quem sentará na cadeira hoje ocupada por Leco – ao que tudo indica será Júlio Casares -, uma coisa é certa: as chances do São Paulo retomar o caminho das vitórias aumentarão, tendo em vista que o pior presidente da história tricolor estará, enfim, distante do Morumbi!