Assim como ocorreu nos últimos 14 anos, um clube mexicano encerrou uma temporada erguendo o caneco da Concachampions. Em contrapartida, tivemos um campeão inédito na atual edição do torneio, visto que o Tigres sagrou-se campeão continental pela primeira vez na história.
O ano de 2020 ficará marcado eternamente na memória dos torcedores do Tigres, e tudo em função da conquista do tão sonhado título da Concachampions, que não à toa, já é considerado o maior feito da história da equipe de Nuevo León. Apesar da enorme tradição no futebol mexicano, os auri-azuis carregavam consigo a indigesta sina de nunca terem faturado a taça da principal competição do continente americano, lembrando que eles estrearam no torneio em 1979, isto é, há mais de quatro décadas.
Além disso, o que pesava contra o Tigres era o fato de diversos times mexicanos já terem conquistado a Concachampions, em especial o seu maior rival, Monterrey, detentor de quatro troféus do torneio ao longo da trajetória – somente atrás de América, Cruz Azul e Pachuca, com sete, seis e cinco títulos, respectivamente. Aliás, é importante salientar que os felinos foram vice-campeões continentais em 2016, 2017 e 2019, portanto, os comandados de Ricardo Ferretti estavam cada vez mais próximos de quebrar este duradouro tabu.
Vale ressaltar, que antes dos três vices nas últimas quatro edições da Concachampions, o Tigres também foi segundo colocado na Copa Libertadores em 2015, quando o time mexicano caiu diante do River Plate na decisão do torneio sul-americano. No entanto, o detalhe que mais chama a atenção nesta sucessão de revezes, é que TODOS eles se deram com o técnico Ricardo Ferretti à frente da equipe.
Ainda assim, a diretoria auri-azul optou por manter Tuca Ferretti no comando do time. A propósito, o treinador brasileiro completou DEZ temporadas como técnico do Tigres este ano, quer dizer, em sua TERCEIRA passagem pelo conjunto de Nuevo León, tendo em vista os trabalhos realizados por ele no comando dos atuais campeões da Concachampions entre 2000 a 2003, em 2006, e de 2010 até o momento.
Pouco conhecido no Brasil, o carioca Ricardo Ferretti é considerado um dos melhores técnicos do futebol mexicano, aonde ele já comandou cinco diferentes clubes e venceu diversos títulos.
E a caminhada dos felinos rumo ao título da Concachampions teve início diante do Alianza. Aliás, este duelo frente os salvadorenhos foi, certamente, o mais complicado do Tigres até a finalíssima, tanto é, que a classificação dos mexicanos acabou sendo sacramentada no último segundo do jogo, após uma cobrança de escanteio que culminou com um gol de cabeça do goleiro Nahuel Guzmán. Posteriormente, os campeões não encontraram dificuldades paras eliminar os times de New York City, nas quartas-de-final, e Olímpia-HON, nas semifinais.
Entretanto, o confronto contra o Los Angeles FC foi realmente digno de uma grande final de campeonato. Embora, a equipe da Califórnia tenha sido fundada há seis anos e por isso não tenha muita tradição, ela é composta por uma série de bons jogadores, como são os casos de Carlos Vela, Diego Rossi, Bradley Wright-Philipps e Kenneth Vermeer. Ademais, a enorme pressão decorrente dos três vices-continentais, pesava – e muito – sobre o Tigres. E para piorar ainda mais a situação, os norte-americanos saíram na frente do placar através de Diego Rossi, aos 16 minutos da segunda etapa.
Demonstrando um grande poder de superação, os universitários empataram a partida logo em seguida, aos 32 minutos, com Hugo Ayala. Contudo, o gol da virada e do título, marcado aos 39 minutos,, não poderia ter outro autor que não André-Pierre Gignac, artilheiro da Concachampions com seis tentos e eleito o melhor jogador da competição. Assim, o Tigres, de Tuca Ferretti, enfim encerrou o longo jejum de 41 anos sem o título continental e, de quebra, carimbou a sua vaga na próxima edição do Torneio Mundial de Clubes da FIFA. Ou seja, um belíssimo presente de Natal!