O apocalipse italiano, parte II

Pela segunda vez consecutiva, a Itália caiu na repescagem das Eliminatórias da Copa do Mundo, o que significa que os italianos terão de esperar um mínimo de 12 anos para voltar a um Mundial.

A Itália está de luto novamente. Pois é, quatro anos após a fatídica queda diante da Suécia, os tetracampeões mundiais voltaram a dar vexame na repescagem das Eliminatórias, porém desta vez, diante da modesta Macedônia do Norte, pelo placar mínimo, em pleno estádio La Favorita, lembrando que o atacante Aleksandar Trajkovski balançou as redes aos 47 minutos da segunda etapa, o que tornou a eliminação dos italianos ainda mais dolorosa.

No entanto, o mais difícil de imaginar é que há oito meses, esta mesma Itália faturava o segundo título europeu ao desbancar a Inglaterra no pulsante estádio de Wembley, lotado com mais de 67 mil torcedores e, detalhe, praticando um futebol intenso e ofensivo. De qualquer maneira, a verdade é que a conquista da Euro2020 não passou de um simples lampejo do futebol italiano, que precisará aguardar pelo menos mais quatro anos para disputar uma Copa do Mundo.

E como não poderia deixar de ser, a catastrófica eliminação da Itália na capital siciliana já colocou em xeque a continuidade de Roberto Mancini à frente da seleção, apesar do presidente da Federação Italiana de Futebol (FIGC), Gabriele Gravina, bancar a permanência do técnico de 57 anos de idade, que por sua vez, viu a Azzurra sofrer a sua segunda derrota nos últimos 42 compromissos.

Todavia, o mandatário do futebol italiano precisará convencer o próprio Roberto Mancini a seguir no cargo, já que ele deixou o seu futuro em aberto após o revés contra a Macedônia do Norte. Além disso, a hashtag “ManciniOut” liderava os trending topics do Twitter na Itália até o momento da postagem deste artigo, o que retrata a insatisfação dos torcedores junto ao treinador.

Obviamente, Roberto Mancini deve ser responsabilizado pelo novo apocalipse italiano, em especial porque a Itália mostrou mais uma vez a sua deficiência em marcar gols, algo que já havia acontecido nos empates em 0 a 0 contra Suíça e Irlanda do Norte, pelas próprias Eliminatórias. Por outro lado, os jogadores não ficam para trás, salvo algumas exceções como Marco Verratti, Giacomo Raspadori e, talvez, Alessandro Bastoni.

Em julho passado, experimentei a mais bela alegria da minha carreira na Eurocopa. Agora vivi a maior decepção. Isso é futebol. Às vezes coisas incríveis acontecem e esta noite aconteceu. O título europeu foi merecido, e depois a sorte que nos acompanhou se transformou em total azar. Não sei o que dizer”, exclamou o técnico Roberto Mancini.

Em última análise, é importante ressaltar que oito jogos já haviam sido disputados até o marcante momento em que a Itália sofreu o gol de uma seleção que ocupa a 47ª colocação do ranking da Fifa, nos acréscimos da primeira partida decisiva da repescagem das Eliminatórias da Copa de 2022. Portanto, a segunda ausência consecutiva dos italianos de um Mundial, não foi obra do azar, mas sim de incompetência. E que isto sirva de exemplo para 2026!

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