Após longos 36 anos de espera, enfim os canadenses poderão acompanhar novamente a sua seleção disputar uma Copa do Mundo e, detalhe, com totais condições de surpreender nos gramados do Catar.
Da mesma forma que é comum termos um grupo da morte em cada edição da Copa do Mundo, também é normal vermos uma seleção surpreendendo no torneio, a julgar por Portugal, em 2006, Uruguai, em 2010, e Croácia, em 2018. Pois é, e de acordo com a evolução do Canadá nos últimos anos, os comandados de John Herdman desembarcarão no Catar com enormes chances de ser a grande sensação do próximo Mundial.
Vale ressaltar, que o regresso do Canadá à Copa do Mundo após mais de três décadas, deve-se especialmente em função do excelente trabalho realizado pelo treinador John Herdman. A começar pela mudança de mentalidade imposta pelo jovem técnico de 46 anos na seleção canadense, tendo em vista que os Canucks se tornaram bastante competitivos sob a batuta do comandante inglês, sobretudo por conta do espírito coletivo dos jogadores.
No Catar, os canadenses disputarão a sua segunda Copa do Mundo, já que os Canucks participaram do Mundial de 1986, no qual eles caíram na fase de grupos do torneio.
Assim, John Herdman estabeleceu uma espécie de irmandade no selecionado canadense, o que acabou sendo essencial para o sucesso dos Canucks nas Eliminatórias, lembrando que com o triunfo sobre a Jamaica por 4 a 0 no último domingo (27), eles se asseguraram na liderança da competição, registrando apenas uma derrota em treze jogos disputados.
Todavia, a ascensão do Canadá também é fruto do crescimento do futebol no país, lembrando que o Toronto FC foi campeão da Major League Soccer, em 2017, e vice da Concachampions na temporada seguinte, igualmente o Montreal Impact, finalista do torneio continental há sete anos. Soma-se a isso, a inauguração da Canadian Premier League – a liga canadense de futebol – neste período recente.
Desde junho de 2019 à frente da seleção canadense, John Herdman coleciona 24 vitórias, 4 empates e sete derrotas, em 35 jogos no cargo.
Deste modo, o futebol começou a ser mais praticado no Canadá, que passou a revelar novos talentos, tais quais podemos citar Alphonso Davies, Jonathan David, Stephen Eustáquio, Tajon Buchanan, entre outros. Ademais, o recrutamento de atletas naturalizados, como são os casos de Sam Adekugbe, Ismael Koné, Iké Ugbo, do experiente goleiro Milan Borjam, além dos próprios Davies e David, também contribuiu para o aumento da qualidade técnica da seleção.
Aliás, para muitos o Canadá se resume única e exclusivamente à Alphonso Davies, afinal, trata-se da grande estrela do plantel canadense. Entretanto, é importante destacar que o lateral-esquerdo do Bayern não joga pela seleção desde novembro, em virtude de um problema cardíaco – miocardite. Ainda assim, os Canucks venceram quatro dos cinco jogos disputados sem Davies, incluindo o triunfo por 2 a 0 sobre os Estados Unidos nestas partidas.
Em última análise, não esqueçamos que os canadenses permaneceram invictos diante de seus principais rivais nas Eliminatórias da Copa de 2022, haja vista os dois empates e as duas vitórias, nos jogos contra Estados Unidos e México, ou seja, algo pra lá de inimaginável há quatro anos. Logo, fica claro que a seleção mais forte da Concacaf na atualidade, tem totais condições de avançar à fase mata-mata do Mundial do Catar, independente do sorteio de sexta-feira (01).