Depois de Carlo Ancelotti, Laurent Blanc, Unai Emery, Thomas Tuchel e Mauricio Pochettino, agora foi a vez de Christophe Galtier ser “triturado pela máquina de moer treinadores” chamada Paris Saint-Germain.
Pois é, apesar da conquista do bicampeonato francês, a queda dos parisienses nas oitavas-de-final da edição anterior da Champions League acabou sendo decisiva para a saída do agora ex-treinador da equipe parisiense, após um mísero ano no cargo.
Bem, até aí nenhuma novidade, a julgar que isso tornou-se uma constante no Parque dos Príncipes, porém a grande novidade é que o sucessor de Christophe Galtier será Luis Enrique, o que denota que grandes mudanças estão por vir no PSG, a começar pela provável continuidade de Neymar que era incerta no clube mesmo depois da ida de Lionel Messi ao Inter Miami, e da provável transferência de Kylian Mbappé ao Real Madrid.
Aliás, é óbvio que a chegada de Lionel Messi ao Paris Saint-Germain ofuscou o brilho de Neymar, que já era reduzido devido a presença de Kylian Mbappé. Logo, pelo menos nos últimos dois anos, o camisa dez conviveu com o fato de ser a terceira estrela do elenco parisiense, ou seja, um cenário que deve mudar completamente a partir da próxima temporada em função das ausências tanto do argentino quanto do francês, mas também por conta da vinda de Luis Enrique.
Vale ressaltar que Neymar viveu seus melhores momentos na carreira justamente sob o comando do treinador espanhol, com quem sempre manteve ótima relação. Foram três anos juntos naquele fantástico Barcelona composto pelo famoso trio MSN. Inclusive, segue abaixo os números do craque brasileiro no hegemônico período de Luis Enrique à frente do Barça:
Período | 2014 a 2017 |
Jogos (titular) | 145 (141) |
Presença em jogos | 80% |
Gols (média) | 90 (0,62) |
Assistências (média) | 48 (0,33) |
Títulos | 9 |
Deste modo, fica evidente porque as expectativas em torno de Neymar mudam totalmente com Luis Enrique à beira do campo, e o próprio PSG sabe disso, tanto é, que o novo projeto esportivo do clube já inclui o ex-jogador de Santos e Barcelona como a principal referência do time.
Contudo, resta saber se a parte física de Neymar não o prejudicará mais uma vez, visto que o atleta de 31 anos de idade não atuou mais do que 31 partidas em NENHUMA das seis temporadas no futebol francês, em virtude de sucessivas lesões. Por este motivo, os 222 milhões de euros gastos pelos parisienses para contratá-lo em 2017 jamais se justificaram, embora tecnicamente trata-se de um dos melhores jogadores brasileiros de todos os tempos.
Ainda assim, é fundamental o Paris Saint-Germain não cometer o mesmo erro de colocar as estrelas do plantel acima do projeto esportivo a ser seguido, deixando o clube em segundo plano, afinal, o futebol é coletivo, o que significa que todos em campo precisam se dedicar em prol do mesmo objetivo. Foi exatamente com essa mentalidade que o Real Madrid venceu a Champions League cinco vezes nos últimos nove anos.
Seja como for, a impressão inicial é a de que o PSG aprendeu com os próprios erros, vide o perfil das contratações realizadas pelo clube desde a temporada passada, como são os casos de Vitinha, Fabián Ruiz, Renato Sanches e Carlos Soler, isto é, nenhum astro midiático do mundo da bola.
Nesta janela de transferências, por exemplo, os atuais bicampeões franceses já acertaram a vinda de Milan Skriniar junto à Inter de Milão, enquanto o lateral-esquerdo Lucas Hernández, do Bayern de Munique, está próximo de ser anunciado, lembrando que Marco Verratti e Kylian Mbappé provavelmente deixarão o Parque dos Príncipes, seguindo os mesmos passos que Sergio Ramos e Lionel Messi.
Por fim, ao contratar o rigoroso Luis Enrique, o Paris Saint-Germain demonstra a clara intenção em mudar o estilo de gestão do grupo de atletas, trazendo um profissional mais linha dura para administrar o vestiário. Por sinal, foi essa a razão pela qual o ex-técnico do Bayern, Julian Nagelsmann, acabou não sendo aprovado para assumir o cargo.
Portanto, o caminho escolhido pelo PSG parece, enfim, ser o certo depois de longos anos percorrendo uma rota cujo destino final era sempre o da insatisfação. A ver!