Futuro da Alemanha preocupa a menos de um ano do início da Eurocopa

Quando a Alemanha adentrou ao gramado da Volkswagen Arena para encarar o Japão na última sexta-feira (09), o pensamento era apenas um: se vingar da derrota por 2 a 1 frente os Samurais Azuis na estreia do Mundial do Catar e, consequentemente, colocar um fim na terrível série de quatro jogos seguidos sem vitórias.

No entanto, o que os alemães não imaginavam é que o segundo revés consecutivo diante do Japão, desta vez por 4 a 1, causaria tantos estragos quanto o anterior que acabou contribuindo para a precoce queda dos tetracampeões mundiais na fase de grupos da Copa do Mundo de 2022, já que a recente goleada determinou a demissão do treinador Hansi Flick, depois de míseros 25 jogos – ou 770 dias – no cargo.

Vale ressaltar, que Hansi Flick assumiu a Mannschaft em uma difícilima situação, a julgar que naquela ocasião a seleção comandada por Joachim Low, que ainda carregava as sequelas da desclassificação na fase de grupos do Mundial da Rússia, acabava de ser eliminada pela Inglaterra nas oitavas-de-final da Eurocopa de 2020, disputada no ano seguinte.

Ainda assim, Hansi Flick iniciou bem a sua trajetória no selecionado alemão. Embora encarando adversários de baixo nível técnico como Liechtenstein, Armênia, Islândia e Macedônia do Norte, o ex-treinador do Bayern se manteve invicto nos 13 primeiros compromissos no comando da Alemanha, vencendo as oito partidas iniciais deste ciclo.

Em contrapartida, a pífia campanha dos comandados de Hansi Flick no Catar, aliada a uma única vitória conquistada por eles nos seis jogos seguintes disputados no período pós-Copa de 2022, interromperam o trabalho do 11º técnico de todos os tempos da Mannschaft, e o fizeram ser o primeiro treinador a ser demitido ao longo da história, pois todos os anteriores haviam solicitado as suas respectivas saídas.

Deste modo, o treinador de 58 anos de idade não conseguiu repetir nem de longe o sucesso alcançado em sua gloriosa passagem pelo Bayern de Munique, entre 2019 e 2021, e despediu-se da Mannschaft de forma melancólica, somando sucessivas derrotas para Polônia (1 a 0), Colômbia (2 a 0) e Japão (4 a 1). Portanto, fica evidente que a saída de Hansi Flick era realmente inevitável, ainda mais se considerarmos a histórica relutância dos alemães em demitir treinadores.

Contudo, é óbvio que Hansi Flick não é o único responsável pelo péssima fase vivida pela Alemanha, uma seleção carente de centroavantes desde a aposentaria de Miroslav Klose em 2014, e que ainda sofre com a carência de bons laterais, quer dizer, problemas decorrentes da formação de atletas desde as categorias de base.

Além disso, perder do Japão não é nenhum demérito, afinal, trata-se de uma seleção repleta de grandes atletas do futebol europeu na atualidade, como são os casos de Takehiro Tomiyasu, Wataru Endo, Hidemasa Morita, Daichi Kamada e Kaoru Mitoma. Ademais, é importante salientar que os Samurais Azuis superaram Espanha e Alemanha no grupo E da edição anterior da Copa do Mundo e, posteriormente, foram eliminados pela Croácia nas oitavas-de-final somente nas penalidades, igual aconteceu com o Brasil na fase adiante.

De qualquer maneira, a dúvida agora gira em torno do futuro treinador da Alemanha, sobretudo em função da escassez de nomes disponíveis no mercado. De acordo com a mídia alemã, a DFB (Federação Alemã de Futebol) cogita enviar uma proposta para Jurgen Klopp ocupar o antigo posto de Hansi Flick de forma simultânea junto ao Liverpool, assim como Fernando Diniz está fazendo na Seleção Brasileira e no Fluminense.

Por outro lado, Julian Nagelsmann é o treinador que desponta como o principal favorito para assumir a vaga de Hansi Flick, por dois simples motivos: primeiramente, por estar disponível no mercado desde a sua saída do Bayern de Munique no começo do ano; e o segundo, porque os seus métodos inovadores de treinamentos sempre foram elogiados pelos jogadores desde os tempos de Hoffenheim.

Por fim, outra possível alternativa seria a nomeação do austríaco Oliver Glasner, que há dois anos vem realizando um ótimo trabalho no Eintracht Frankfurt e tem mais experiência que Julian Nagelsmann, ainda que opções como Ralf Rangnick, Joachim Low, Jurgen Klinsmann e Louis van Gaal, tenham sido colocadas em pauta.

A propósito, Louis van Gaal figura nessa seleta lista devido as suas três passagens pela seleção holandesa, das quais esteve à beira do campo nas Copas de 2014, quando a Laranja Mecânica foi terceira colocada, e 2022, onde caiu diante da campeã Argentina nas quartas-de-final. Ou seja, um currículo que pesa bastante no momento em que a Alemanha busca um técnico para liderá-la na Eurocopa, por mais que nenhum estrangeiro tenha ocupado o cargo em 123 anos.

Entretanto, sejá lá qual for o sucessor de Hansi Flick, é inegável que ele terá um enorme desafio pela frente, principalmente por conta do curtíssimo tempo de menos de um ano para implementar um novo sistema de jogo na seleção até o pontapé inicial da Euro2024, cujo país sede será a própria Alemanha.

Deixar um comentário

Menu