Mais um tenebroso capítulo da passagem de Erik ten Hag pelo Manchester United foi escrito na rodada anterior da Premier League, a julgar pela derrota por 3 a 0 diante do Tottenham em pleno Old Trafford, que empurrou os Red Devils ao 12º lugar do campeonato.
Entretanto, o pior para qualquer torcedor do Manchester United é saber que esse tipo de resultado não surpreende mais, afinal, eles se tornaram tão comuns sob o comando de Erik ten Hag, quanto o pífio futebol apresentado pela equipe que não dá nenhum sinal de evolução apesar dos mais de 200 milhões de euros investidos em contratações neste temporada.
Na realidade, o filme está se repetindo no Old Trafford, pois assim como ocorreu na temporada anterior o Manchester United segue estagnado em meio aos famigerados gastos, o que deixa cada vez mais evidente o quão equivocada foi a decisão tomada pela nova cúpula diretiva do clube, liderada por Jim Ratcliffe, em manter Erik ten Hag no cargo somente por conta da conquista da FA Cup, ainda renovando o seu contrato até julho de 2026.
Aliás, vale ressaltar que os 66 casos de lesões foram os principais argumentos usados por Erik ten Hag para justificar a péssima temporada do Manchester United em seu segundo ano no clube, algo que também foi levado em consideração para a sua permanência. No entanto, embora o departamento médico continue cheio na atualidade, os 7 de 18 possíveis pontos na Premier League, somado aos cinco gols marcados e oito sofridos nas seis primeiras rodadas, tornaram a situação do ex-técnico do Ajax insustentável.
Assim, nem a intenção de transmitir uma imagem de paciente e ao mesmo tempo não assumir o erro cometido, foi capaz de fazer a nova gestão do Manchester United seguir prolongando a inevitável demissão de Erik ten Hag após as derrotas por 3 a 0 para Liverpool e Tottenham, intercaladas pelo empate em 1 a 1 com o Twente, marcado pela estreia dos ingleses na Europa League. Não à toa, a diretoria definiu que os próximos dois jogos decidirão o futuro do treinador holandês.
Deste modo, 180 minutos separam, ou não, Erik ten Hag do clube do norte da Inglaterra, ou seja, uma dificílima condição acima de tudo porque o Manchester United visitará os times de Porto e Aston Villa neste período que antecede a penúltima Data Fifa do ano, razão pela qual a diretoria lhe deu esse prazo para provar o improvável.
Diante deste obscuro cenário, as chances de Erik ten Hag se despedir do Manchester United na primeira segunda-feira de outubro são enormes. Consequentemente, diversas são as especulações que envolvem o nome do novo treinador dos Red Devils, lembrando que Gareth Southgate, Ruud van Nistelrooy, Thomas Tuchel e Kieran McKenna aparecem como os principais candidatos ao posto.
Obviamente, o fato de Kieran McKenna dirigir o Ipswich Town torna a sua vinda mais complicada neste momento, já que dois dos demais postulantes, como são os casos de Gareth Southgate e Thomas Tuchel, estão livres no mercado, ao passo que Ruud van Nistelrooy trabalha como assistente de Erik ten Hag no próprio Manchester United, portanto, se o ex-atacante do clube inglês for nomeado será uma escolha caseira.
Contudo, por mais que Ruud van Nistelrooy tenha realizado um bom trabalho à frente do PSV Eindhoven entre 2022 e 2023, ao vencer a Copa da Holanda e conduzí-lo ao vice-título da Eredivisie, a falta de experiência do jovem técnico de 48 anos de idade pesa contra ele neste instante, especialmente considerando que o Manchester United vive um ambiente de extrema pressão.
Os comandados de Erik ten Hag igualaram a pontuação das temporadas 2013-14 e 2020-21, quer dizer, as mais baixas do Manchester United depois de seis rodadas disputadas na Premier League.
À vista disso, a tendência é que o sucessor de Erik ten Hag seja Gareth Southgate ou Thomas Tuchel. A preferência entre os torcedores do Manchester United é por Gareth Southgate, antigo desejo do clube que foi descartado depois do término da última temporada, por estar comprometido com a seleção inglesa na disputa da Euro 2024.
Em contrapartida, é importante destacar que além de Gareth Southgate ter desapontado devido o futebol aquém das expectativas em seu final de ciclo pela Inglaterra, ele não trabalha em clubes desde que deixou o Middlesbrough em 2009, diferentemente de Thomas Tuchel, que deixou uma ótima impressão em sua mais recente passagem pelo país ao ganhar a Champions League pelo Chelsea, antes de não convencer no Bayern de Munique.
Mas enquanto nada é decidido, o navio fantasma de Erik ten Hag segue à deriva com o comandante tendo as últimas chances de evitar o naufrágio, cujo presságio se mostra através das primeiras derrotas consecutivas do Manchester United sem balançar as redes como mandante na Premier League desde novembro de 2021, ou dos últimos dois jogos de Ole Gunnar Solskjaer no Old Trafford.
Em outras palavras, passados quase três anos, a história continua praticamente a mesma no Manchester United.