A passagem relâmpago de Ivan Juric pela Roma terminou da maneira que melhor define o trabalho do treinador croata na equipe romana, isto é: de forma melancólica, através da derrota por 3 a 2 dos Giallorossi frente o Bologna em pleno estádio Olímpico.
Por sinal, uma condição que não se resume somente no que diz respeito ao placar, mas especialmente no que se refere ao futebol nada convincente praticado pelos pupilos de Ivan Juric contra um Bologna que está longe de ser aquela forte equipe comandada por Thiago Motta na temporada passada. Não à toa, os dois gols da Roma saíram graças ao talento individual de Stephan El Shaarawy, tendo em vista que a parte coletiva mais uma vez inexistiu.
Deste modo, passados 53 dias ou 12 partidas após a sua chegada ao clube da capital italiana, Ivan Juric despediu-se da Roma contabilizando 4 vitórias, 3 empates, 5 derrotas, 15 gols marcados, 17 tentos sofridos e uma pífia média de 1,25 pontos conquistados por jogo, se estabelecendo como o treinador detentor do índice mais baixo no cargo nos últimos 20 anos.
Consequentemente, a Roma encerrou a 11ª rodada da Serie A ocupando apenas a 12ª colocação da tabela somando míseros 13 pontos, permanecendo a 12 de distância em comparação ao G-4 e a somente quatro de diferença do Z-3. Portanto, diante deste cenário fica evidente que o diretor esportivo Florent Ghisolfi, sob a coordenação dos mandatários norte-americanos Dan e Ryan Friedkin, errou feio ao escolher Ivan Juric para suceder Daniele De Rossi. Inclusive, um equívoco que comprometeu toda a temporada romanista.
Aliás, o montante de 92,6 milhões de euros investidos pela Roma na última janela de transferências retrata o quão ambicioso se mostrou o projeto do quarto clube que mais gastou em contratações no futebol italiano nesta temporada, cuja expectativa era no mínimo brigar por uma vaga na próxima edição da Champions League, o que torna a frustração dos Giallorossi ainda maior.
Reforço | Ex-clube | Valor (€) |
Artem Dovbyk | Girona | 30,5 milhões |
Matías Soulé | Juventus | 25,6 milhões |
Enzo Le Fée | Rennes | 23 milhões |
Angeliño | RB Leipzig | 5,2 milhões |
Samuel Dahl | Djugarden | 4,3 milhões |
Saud Abdulhamid | Al-Hilal | 2,5 milhões |
Buba Sangaré | Levante | 1,5 milhão |
Mathew Ryan | AZ Alkmaar | custo zero |
Mats Hummels | Borussia Dortmund | custo zero |
Mario Hermoso | Atlético de Madrid | custo zero |
Alexis Saelemaekers | AC Milan | empréstimo |
Manu Koné | Borussia M’gladbach | empréstimo |
À vista disso, o principal objetivo da Roma a partir de agora é iniciar uma campanha de recuperação o quanto antes a fim de salvar a temporada enquanto há tempo, o que significa que não existem mais margens para erros aos Giallorossi. Assim, considerando este conjunto de fatores Florent Ghisolfi sugeriu a hipótese de repatriar Daniele De Rossi, que continua recebendo salários do clube pelo fato de seu contrato ser válido até junho de 2026.
E como não poderia deixar de ser, a notícia do hipotético retorno de Daniele De Rossi causou uma euforia tão grande entre os torcedores romanistas quanto a fúria provocada no dia da sua demissão após o encerramento da 4ª rodada da Serie A, dada a enorme idolatria do eterno camisa 16, que só foi contratado pela Roma para apaziguar o clima pra lá de tenso gerado pela queda do antecessor José Mourinho, funcionando como uma espécie de escudo da diretoria.
Contudo, de acordo com a mídia italiana a opção Daniele De Rossi foi totalmente descartada pelos Friedkins, da mesma maneira que Frank Lampard, Massimiliano Allegri, Maurizio Sarri, além de Edin Terzic, vice-campeão da Champions League à frente do Borussia Dortmund, que até chegou a abrir conversas com a Roma alguns dias após a decisão do torneio continental em Wembley, porém no final das contas o negócio acabou não evoluindo.
Isto posto, o principal candidato a assumir o comando da Roma é Roberto Mancini, recentemente demitido da seleção da Arábia Saudita, onde realizou um péssimo trabalho. No entanto, a alta pedida de 6 milhões de euros anuais, somada a duração contratual de duas temporadas exigida pelo treinador campeão da Euro 2020, seguem inviabilizando o acordo.
Curiosamente, dois dos três treinadores demitidos até o momento na atual temporada da Serie A, como são os casos de Daniele De Rossi e Ivan Juric, pertenciam a Roma.
Vale ressaltar que a intenção dos Friedkins é apresentar o novo comandante da Roma até quarta-feira, dia 13, para que ele possa aproveitar ao máximo a pausa referente a Data Fifa e, é claro, preparar a equipe visando o pesado calendário de novembro e dezembro. Por este motivo, caso o acerto com Roberto Mancini não aconteça dentro das próximas 24 horas, o plano B dos Giallorossi responde pelo nome de Rudi Garcia, que deixou o Napoli há exatamente um ano e retornaria à Trigoria após nove temporadas.
Ademais, é importante destacar que um novo CEO também está na mira da Roma, já que o trabalho de Florent Ghisolfi é avaliado de forma negativa pela cúpula diretiva do clube, sobretudo em virtude do infrutífero mercado realizado no meio do ano. A propósito, Giovanni Carnevali, atualmente no Sassuolo, lidera a corrida para ocupar a função.
Seja como for, a verdade é que a Roma não vivia uma crise de tamanha proporção desde a temporada 2004-05. Na ocasião, Cesare Prandelli, Rudi Voeller, Gigi Delneri, Bruno Conti, além do interino Ezio Sella, dirigiram o time que foi de vice-campeão no ano anterior sob a liderança de Fabio Capello para oitavo colocado da Serie A.
Pois é, e duas décadas depois o filme volta a se repetir na Roma, mas ainda sem as garantias de um oitavo lugar na Serie A que, pelo menos neste momento, seria muito bem-vindo no final da temporada.
2 Comentários
A verdade é que o campeonato Italiano dessa temporada ta uma reviravolta. Napoli em primeiro e Atalanta em segundo, já prova isso. Os 4 grandes times que são Inter, Milan, Juventus e Roma não estão se saindo bem nessa temporada, mas dos 4, a Roma tem se destacado com os piores resultados. Que as coisas melhorem no clube e que essa fase passe logo.
Sim, muito bem lembrado o campeonato está mega acirrado com dois pontos separando o líder, Napoli, da sexta colocada, Juventus. No entanto, por todo o investimento feito pela Roma, era esperado que os Giallorossi estivessem nesse bolo de clubes brigando pelo scudetto, o que não acontecerá com a temporada toda comprometida. Vamos ver como será a campanha de recuperação após a chegada do novo treinador. Obrigado pelo comentário!