A luta pela sobrevivência na Premier League vai começar ao Leeds

O choro de tristeza dos torcedores do Leeds devido ao rebaixamento sofrido em 2023, se converteu em lágrimas de alegria com o retorno dos comandados de Daniel Farke à Premier League dois anos depois.

A propósito, um regresso digno de aplausos já que os Whites garantiram o acesso à Premier League após um acirrado embate contra o Burnley, que terminou com ambos empatados com 100 pontos na classificação, mas com o Leeds erguendo o caneco da Championship League em virtude do saldo de gols, e do tento marcado por Manor Salomon nos acréscimos da partida frente o Plymouth Argyle, fora de casa, na última rodada do campeonato.

Deste modo, o Leeds se despediu da Championship League dando a volta olímpica e registrando um saldo positivo de 65 gols, mediante 53 do vice-colocado Burnley, o que foi fruto do enorme poderio ofensivo do time detentor do melhor ataque da competição ao balançar as redes o montante de 95 vezes ao longo dos 46 jogos disputados na caminhada rumo à Premier League. Não à toa, essa acabou sendo a campanha a mais goleadora da história do clube de West Yorkshire.

De qualquer maneira, embora a volta do Leeds à Premier League tenha sido tão comemorada pela torcida quanto a anterior sob o comando de Marcelo Bielsa, depois de longas e árduas 13 primaveras na Championship League, é inegável que o maior obstáculo dos Peacocks será conseguir se manter na Premier League, algo que todos os clubes recém-promovidos não conseguiram nas últimas duas temporadas.

Obviamente, uma condição oriunda do abismo financeiro que separa os clubes da Premier League em relação aos da Championship League, que mesmo com as altas cifras recebidas por intermédio dos seus respectivos acessos não conseguem igualar o nível de competitividade na temporada de retorno ao primeiro escalão. Aliás, uma situação que vem gerando bastante incômodo no futebol inglês.

Diante deste cenário, é essencial que o Leeds seja inteligente no mercado, o que significa investir de forma correta na janela ao contratar bons jogadores por valores consideráveis, por mais que este não seja um problema pelos lados do Elland Road depois do desmanche sofrido na temporada passada, representado pelo montante de 162,9 milhões de euros faturados pelos Whites através da venda de atletas.

A explicação para essa verdadeira debandada, que incluiu as saídas de importantes peças como Crysencio Summerville, Archie Gray e Georginio Rutter, foi o cumprimento das regras do Fair Play Financeiro inglês. Todavia, ainda que, inicialmente, estes movimentos tenham causado um impacto negativo junto à torcida, no final das contas eles caíram no esquecimento em meio à campanha triunfal na Championship League.

Ademais, é necessário destacar que a total habilidade de Daniel Farke tanto em administrar quanto em fornecer a estrutura necessária ao enxuto e reformulado elenco do Leeds, foi preponderante para o sucesso do clube, atributos estes que o treinador que já havia conquistado a Championship League duas vezes pelo Norwich herdou das antigas funções como estudante de economia e, posteriormente, como diretor-esportivo do modesto Lippstadt, da Alemanha.

Por este motivo, todos no Leeds confiam plenamente que Daniel Farke repetirá a dose liderando o novo projeto de reconstrução do time na próxima temporada, inclusive um processo que já teve início com as chegadas dos três primeiros reforços, ou seja, os zagueiros Jaka Bijol e Sebastian Bornauw, contratados junto a Udinese e Wolfsburg, além do atacante Lukas Nmecha, que também veio do clube alemão após o término do seu contrato.

Além deles, o lateral-esquerdo Gabriel Gudmundsson, do Lille, também está na mira do Leeds, cujo objetivo ainda é trazer um centroavante e um goleiro. À vista disso, os Whites já enviaram uma proposta de 30 milhões de euros — com outros 7 milhões de euros adicionais — para contratar o brasileiro Rodrigo Muniz, mas tiveram a proposta rejeitada pelo Fulham, lembrando que no momento eles só contam com Joel Piroe e Patrick Bamford para o ataque.

Já para o gol, o principal alvo do Leeds é Nick Pope, porém a contratação do goleiro do Newcastle depende da chegada de James Trafford ao St. James’ Park. Seja como for, de concreto mesmo é que Illan Meslier deixará o clube, uma vez que ele adentrará ao último ano de contrato, e encerrou a temporada 2024-25 como reserva de Karl Darlow nas sete rodadas finais da Championship League.

Por fim, o planejamento do Leeds abrange a permanência dos pilares da equipe campeã da Championship League, como são os casos de Jayden Bogle, Joe Rodon, Ao Tanaka, Ethan Ampadu, Daniel James, Wilfried Gnonto, Largie Ramazani, além do capitão Pascal Struijk, e dos emprestados Brenden Aaronson e Manor Salomon, seja através de extensões contratuais por mais uma temporada, seja por meio da compra em definitivo.

Assim, o Leeds enfrentará a duríssima batalha pela sobrevivência na Premier League, que terá o Everton como o primeiro obstáculo no Elland Road.

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